Índice de confiança das MPE: setor de serviços atinge o maior nível desde janeiro do ano passado

O aumento do ritmo de vacinação e a redução dos casos de Covid-19 no Brasil estão fazendo com que os empreendedores do setor de serviços, um dos mais afetados pela pandemia do coronavírus, recuperem a confiança e acreditem que irão ampliar o número de contratações ao longo dos próximos meses. É o que indica a Sondagem Econômica das Micro e Pequenas Empresas, elaborada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com os números, 17,3% dos empreendedores acreditam que irão aumentar o seu quadro de pessoal nos próximos três meses. Esse é o melhor resultado desde outubro de 2013. 

Ainda conforme a sondagem, junto com o aumento da expectativa de contratações, também cresceu a confiança desses empreendedores. Pelo quarto mês consecutivo, o Índice de Confiança das MPE de Serviços (MPE-Serviços) subiu 4,1 pontos, em julho, e atingiu 96,3 pontos, o maior nível desde janeiro de 2020 (96,8 pontos). Os dados também revelam que os resultados do setor apresentam diferenças por segmento, com a maior contribuição positiva vindo dos serviços prestados às famílias, que havia sido um dos mais prejudicados pela pandemia.  

A confiança das empresas prestadoras de serviços profissionais e demais serviços também cresceu. Apesar disso, serviços de transporte e serviços de informação e comunicação recuaram 3,5 pontos e 2,4 pontos, respectivamente. Os serviços de informação e comunicação foram um dos poucos que haviam se beneficiado durante a pandemia e agora está arrefecendo. Já os serviços de transportes ainda oscilam, já que a circulação de pessoas ainda não retomou à situação do período pré-pandemia. 

Para a gerente da Unidade de Gestão Estratégica e Monitoramento do Sebrae Paraíba, Ivani Costa, os dados da sondagem econômica demonstram o otimismo do mercado diante do avanço da campanha de imunização contra a Covid-19. “O setor de serviços começa a fazer uma aposta alta na retomada da economia com os avanços da imunização. O primeiro segmento que começa a fazer os movimentos mais ousados é o de hotelaria, com novos pacotes para os vacinados. O segmento de organização e promoção de eventos igualmente começa a ensaiar sua reação, também já com calendários para o verão 2022. Em se confirmando a tendência de uma reversão dos números da pandemia, esse cenário de novos negócios buscará acompanhar a confiança dos demais setores”, explicou a gerente. 

Ainda conforme a sondagem, o Índice de Confiança das MPE do Comércio também voltou a acelerar em julho, ao subir 5,2 pontos, passando para 97 pontos, o maior nível desde setembro de 2020 (98 pontos). O resultado do setor foi influenciado pelo maior otimismo dos donos de micro e pequenas empresas, mas também por um aumento da satisfação em relação ao momento atual.  

O avanço da confiança das MPE do comércio foi observado nos três segmentos pesquisados: o de veículos, motos e peças (lojas de autopeças e pequenas revendedoras) foi o que mais contribuiu para a alta do índice ao subir 9,7 pontos, passando para 110,5 pontos, o mais alto nível desde julho de 2011 (113,2 pontos). Em seguida, aparecem o comércio de material de construção e o varejo restrito, que cresceram 7,5 e 3,8 pontos, respectivamente. 

Já na indústria de transformação, o índice de confiança continua mantendo a sua tendência ascendente pelo terceiro mês consecutivo, ao subir 2,8 pontos, passando para 106,7, o maior nível desde dezembro de 2020 (112 pontos). Este é o único setor com indicador acima do nível de 100 pontos. Entre os segmentos analisados, o vestuário apresentou forte alta ao avançar 35,9 pontos, para 116,8 pontos, o maior nível da série histórica, enquanto o segmento de alimentos recuou 3,3 pontos, passando para 96,4 pontos. 

Desempenho geral – Considerando os resultados dos três setores pesquisados, a sondagem do Sebrae e da FGV indica que o índice geral de confiança das micro e pequenas Empresas (IC-MPE), que agrega as MPE dos três setores, subiu 4,1 pontos em julho, atingindo 100 pontos, seu melhor resultado desde dezembro de 2013, quando registrou 100,2 pontos. Com o resultado, esse foi o quarto mês seguido de expansão do IC-MPE. Nos últimos quatro meses, a confiança subiu 18,5 pontos na média geral e ficou 16,1 pontos acima de julho do ano passado.