“Coronadengue”: engenheira goiana contrai dengue e Covid-19 ao mesmo tempo

No início deste ano, um quadro de febre, dor de garganta e no corpo, diarreia e dor nas articulações levou a engenheira agrônoma Juara Cardoso, de 36 anos, a procurar um médico em Goiânia. O resultado do primeiro exame sanou a dúvida de Juara, ao confirmar que ela estava com dengue. Porém, a surpresa continuou: um segundo exame atestou que ela também estava com Covid-19. A engenheira é um caso ainda raro de “coronadengue”, quando a pessoa apresenta coinfecção por dengue e Covid-19.

Em entrevista ao Mais Goiás, a engenheira, que é natural de Goiânia e veio de Minas Gerais, onde mora, para passar o final de ano com a família, relata que os primeiros sinais das doenças começaram no dia 1º de janeiro, após ir com o namorado ao hospital. “Ele começou a ter sintomas e a gente foi numa emergência. No dia seguinte, eu comecei a apresentar os mesmos sintomas, que eram dor de garganta, dor de cabeça, só que apresentei mais coisas, como um cansaço bem grande, dor nas juntas e no corpo”, narra.

O médico que atendeu o casal sugeriu que eles fizessem exames de Covid-19 e dengue. O resultado do primeiro exame de Juara veio no dia 3 de janeiro, com a confirmação de um diagnóstico positivo para dengue. A engenheira revela que chegou a ficar menos preocupada, até o casal pegar o resultado do segundo exame no dia seguinte.

“Eu já estava aliviada, porque estava com dengue e não com Covid-19. Mas no outro dia, meu namorado e eu descobrimos que a gente estava com Covid-19”, conta, confirmando um caso de “coronadengue”, que é a coinfecção por dengue e Covid-19.

Mesmo com dengue, sintomas da Covid-19 foram mais leves, conta engenheira com “coronadengue”

Ao Mais Goiás, Juara revela que esta é a segunda vez que contrai Covid-19. Ela diz que sentiu um pouco de desespero quando recebeu o diagnóstico da coinfecção, mas ficou mais calma ao perceber que, mesmo com a dengue, os sintomas do coronavírus estavam mais leves desta vez. A engenheira atribui o fato ao seu esquema vacinal completo.

“Eu tive Covid-19 ano passado. Da outra vez, eu fiquei 10 dias bem prostrada e tive que fazer fisioterapia depois. Mas dessa vez, eu achei que os sintomas foram bem mais leves. Como eu tomei as duas doses da Pfizer, meu quadro está bem melhor do que da primeira vez, mesmo agora com dengue“, pontua, acrescentando que, ao contrário da primeira, não perdeu o olfato e nem paladar desta vez.

Segundo Juara, alguns sintomas como a tosse ainda persistem, mas no quadro geral, o namorado e ela estão bem melhores. A engenheira consultou-se com um médico infectologista na última quinta-feira (6) e ouviu dele que ela possivelmente foi infectada pela variante ômicron da Covid-19. No entanto, as duas doses da vacina contribuíram para que o sintomas fossem mais fracos.

“Ele falou que, no geral, nos vacinados os sintomas de Covid-19 estão bem leves, e que que provavelmente é a ômicron [em seu caso]”, relata Juara, que continua se recuperando em casa, em isolamento, junto do namorado. O infectologista solicitou novos exames, que o casal deve fazer em alguns dias.

Casos de “coronadengue”

Casos de coinfeção por Covid-19 e dengue têm sido relatados desde o ano passado em várias partes do mundo. Em janeiro de 2021, na província de Salta, Argentina, registros de “coronadengue” levaram as autoridades sanitárias a emitir alertas para essas combinações de doenças “que podem gerar confusões sobre os sintomas e dificultar o diagnóstico”.

De acordo com informações da CNN, as autoridades argentinas divulgaram, na ocasião, sete casos locais de pessoas infectadas simultaneamente com o novo coronavírus e salmonella, além do registro de outros dois pacientes contaminados com o vírus causador da Covid-19 e dengue ao mesmo tempo.

Já no Equador, autoridades de saúde detectaram os primeiros casos de “coronadengue” em Guayaquil, em abril do ano passado. Na época, o epidemiologista Freddy Aveiga declarou que a doença não era uma mutação, mas um caso de pessoa que tem os dois vírus ao mesmo tempo.

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