Barroso reunirá ministros do TSE para discutir funcionamento do Telegram

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, vai procurar os demais ministros da corte para discutir que providências tomar em relação ao Telegram. Há mais de um mês, ele tenta contato com os representantes do aplicativo de troca de mensagens, sem sucesso. Internamente, não se descarta a possibilidade de banir o funcionamento da plataforma no Brasil.

Em 16 de dezembro, segundo o Valor, o ministro “enviou um ofício ao diretor executivo do aplicativo de mensagens, Pavel Durov, solicitando uma reunião para discutir possíveis formas de cooperação sobre o combate à disseminação de fake news.”

Segundo fontes do TSE, o ofício foi encaminhado a dois e-mails, mas nunca houve resposta.

“Já a tentativa de mandar o documento físico não se concretizou, pois ninguém foi localizado no suposto endereço da empresa, nos Emirados Árabes. Os registros dos Correios mostram que houve quatro tentativas de entrega, todas frustradas. Os motivos foram ‘empresa sem expediente’ e ‘carteiro não atendido’”.

Em nota, o TSE explicou que “nenhum ator relevante no processo eleitoral de 2022 pode operar no Brasil sem representação jurídica adequada, responsável pelo cumprimento da legislação nacional e das decisões judiciais”.

Roubo de dados

De acordo com o Tecmundo, o Telegram se tornou ideal para a proliferação de venda de dados financeiros roubados. Segundo um relatório divulgado pela empresa de inteligência cibernética Cybersixgill, o serviço de mensagens instantâneas possui regras flexíveis e se tornou uma alternativa aos fóruns secretos da deep web e dark web.

Criar e manter um canal na plataforma é mais fácil e simples do que construir um site com extensão .onion na tradicional dark web. Entre outras vantagens, os canais são pesquisáveis, têm acesso facilitado e ainda contam com a popularidade e segurança do Telegram.

Com a mesma rapidez e velocidade em que são criados, os canais podem ser excluídos. Os grupos, que podem contar com até 200 mil usuários, são difíceis de rastrear e serem relacionados com as identidades reais dos cibercriminosos. Tudo isso dificulta as investigações e favorece as atividades ilegais, aponta a Cybersixgill.

Além disso, o Telegram, que conta com mais de 500 milhões de usuários ativos, tem uma abordagem de moderação que se preocupa apenas com o conteúdo extremista, deixando o espaço aberto para a negociação de informações como números de cartões de crédito, credenciais de contas do PayPal, entre outros crimes.

 

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