O presidente Jair Bolsonaro (PL) contabilizava que 11 dos seus ministros se lançariam candidatos nas eleições deste ano, mas arranjos estaduais devem afunilar as possibilidades eleitorais do time ministerial.
Fábio Faria (Comunicações), Anderson Torres (Justiça) e João Roma (Cidadania) ainda aguardam para bater o martelo, mas podem decidir permanecer na Esplanada dos Ministérios.
No caso do primeiro, ele disputava a vaga de Senado pelo Rio Grande do Norte com Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional.
Num evento em Jardim de Piranhas (RN) nesta semana, Faria sinalizou que pode abrir mão da disputa.
“Ele [Marinho], assim como eu, tem o direito de pleitear qualquer pré-candidatura”, disse Faria, num palco ao lado de Bolsonaro e do ministro do Desenvolvimento Regional.
“Nós temos um projeto: reeleger o presidente Bolsonaro. E somos gratos, quem achou que ia ter briga entre nós dois vai quebrar a cara. Entre eu e o Rogério, e em nome do projeto do estado, só vai sair um”, afirmou.
No ato político no Nordeste, Marinho foi recebido aos gritos de “senador”. Depois, na live semanal de Bolsonaro, declarou-se pré-candidato ao Senado.
Faria sempre descartou a possibilidade de concorrer ao governo do estado, onde a governadora Fátima Bezerra (PT) tem bom desempenho eleitoral na disputa pela reeleição.
Para deputado federal, já está sacramentada a candidatura do ex-governador e pai do ministro, Robinson Faria.
A aliados Faria diz ainda que o arranjo definitivo será selado neste mês. A avaliação é de que, se os dois disputarem, ele pelo PP e Marinho pelo PL, quem ganhará a única vaga pelo Senado será um nome do PT.
Segundo a reportagem apurou, Torres também admite que sua candidatura depende do cenário no Distrito Federal.
Ainda que sua intenção fosse disputar o Senado, a ministra Flávia Arruda (Secretaria de Governo) é candidata natural ao posto.
Ela tem acordo com o governador Ibaneis Rocha (MDB) para formar a chapa.
O ministro, que é delegado, filiado ao União Brasil (ex-PSL) e nunca disputou eleição, poderia sair para a Câmara, mas já admite a interlocutores a possibilidade de continuar no governo até o final do mandato.
Na Bahia, João Roma insiste em disputar o governo do estado. O ministro, que criou o auxílio emergencial, disputaria contra seu ex-aliado ACM Neto (União Brasil), ex-prefeito de Salvador, e Jaques Wagner (PT), ex-governador.
A avaliação de interlocutores, contudo, é que o cenário é incerto no estado.
O anseio de aproximar o União Brasil da chapa nacional de Bolsonaro esbarra na candidatura de Neto, que teme a rejeição do presidente na Bahia.
Bolsonaro pode precisar de Roma para fazer palanque no terceiro maior colégio eleitoral do país.
Com o afunilamento, a conta de auxiliares palacianos é de que hoje há oito candidaturas no primeiro escalão do governo.
Tarcísio de Freiras (Infraestrutura) e Onyx Lorenzoni (Trabalho) vão disputar os governos de São Paulo e Rio Grande do Sul, respectivamente. Ambos pelo PL de Valdemar Costa Neto.
Devem sair pelo Senado os titulares do Desenvolvimento Regional, Marinho; Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves; Secretaria de Governo, Flávia Arruda; Turismo, Gilson Machado; e Agricultura, Tereza Cristina. Neste ano, há apenas uma vaga por estado.
Tereza Cristina está bem posicionada nas pesquisas e interlocutores dizem que se lançará mesmo para senadora, embora no entorno de Bolsonaro há quem defenda seu nome para compor chapa do presidente na tentativa de reeleição.
O chefe do Executivo, por outro lado, tem explicitado sua preferência por um general, mesma fórmula adotada em 2018.
Os principais nomes que circulam hoje para a vaga são de Braga Netto, ministro da Defesa, e de Augusto Heleno, do GSI.
Além desses, há também candidatos no segundo escalão do governo.
Mário Frias, que ocupa o cargo de secretário de Cultura, é esperado para se lançar candidato à Câmara dos Deputados pelo PL.
O ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello também deve se lançar ao Senado por Roraima ou à Câmara dos Deputados pelo Rio de Janeiro
FolhaPress