Pandemia leva 78% dos profissionais a desejar flexibilidade no trabalho, diz pesquisa

Pesquisa da rede social profissional LinkedIn mostra que 78% dos profissionais afirmam que a pandemia fez com que passassem a querer ou a precisar de mais flexibilidade no trabalho. Cerca de 30% dos entrevistados afirmaram que deixaram seus empregos por falta de políticas flexíveis no último ano e quase 40% já consideraram essa possibilidade em algum momento da carreira.

Entre os principais motivos citados pelas pessoas que buscam as vagas flexíveis estão:

equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal(49%)

maior produtividade (43%)

melhora na saúde mental (40%)

prosperidade (33%)

rápido desenvolvimento de carreira (28%)

entendimento de que a empresa tem confiança no trabalho que está sendo feito (25%)

Cerca de 23% dos respondentes afirmam ainda que o modelo faria com que eles ficassem em um mesmo ambiente de trabalho por mais tempo.

A flexibilidade inclui não somente o período da jornada de trabalho, mas também eventuais interrupções que as pessoas possam fazer ao longo de suas trajetórias.

Cerca de 79% dos entrevistados acreditam que uma pausa na carreira é importante para entender o que realmente faz sentido tanto pessoalmente quanto profissionalmente. Entre os principais motivos apontados por quem gostaria de tirar uma pausa por escolha estão viagens (44%), requalificação para um novo emprego (34%), descanso (34%), início do próprio negócio (33%) e cuidado dos filhos (22%).

Ao retornarem ao trabalho após um intervalo como esse, os profissionais demonstram preocupação quanto à capacidade de se ajustar ao ritmo ou não se adaptar (32%), fazer entrevistas de emprego novamente (31%) e até mesmo de ter esquecido de como fazer seus trabalhos (27%). Entre as mulheres, 28% citam ainda a ansiedade de terem que deixar seus filhos/família em casa, em comparação com somente 14% dos homens que mostraram ter a mesma preocupação.

Pausa na carreira ainda é tabu

Mesmo com 67% dos respondentes considerando importante ter uma pausa na carreira, 44% dos profissionais acham que ter uma interrupção no currículo torna o candidato menos atraente para gerentes e recrutadores.

No entanto, a pesquisa mostra que quem tirou um tempo de seus trabalhos ganhou experiências e outras competências comportamentais que ajudaram também na vida profissional. Entre elas estão: paciência (47%), organização (39%), tomada de decisão (36%), comunicação (36%) e resiliência (33%).

Ana Claudia Plihal, executiva de soluções de talentos do LinkedIn, acredita que pausas são necessárias e o trabalho flexível consistente e equitativo deve ser colocado como pauta urgente nas organizações.

“Na maioria das vezes, as carreiras não são lineares e acabam sendo impactadas por uma série de fatores externos, o que se comprovou ainda mais com a pandemia. Precisamos normalizar estes momentos para que os profissionais se sintam mais confortáveis em fazer escolhas sem ter medo de como as empresas possam reagir na hora da contratação”, afirma.

“Pausas são mais comuns do que se imagina e podem, inclusive, trazer uma série de competências e vivências que vão ajudar na vida profissional. Não é somente a experiência corporativa que deveria contar nestas situações”.

g1