A dificuldade de organização do PT atingiu também as candidaturas à Câmara e ao Senado. Parlamentares andam incomodados com a falta de estratégia e esperam que agora, lançada a chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o partido se volte a essa questão.
A situação do Senado é considerada a mais crítica. Estão postas hoje oito pré-candidaturas, mas, dessas, somente duas têm martelo batido: a de Wellington Dias no Piauí e de Camilo Santana no Ceará.
Na Paraíba, o pré-candidato é o ex-governador Ricardo Coutinho, mas sua condição ainda é incerta porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o tornou inelegível por abuso de poder econômico por oito anos, contados a partir de 2014. O partido entende que ele poderia disputar, mas o PC do B quer fazer a indicação.
No Rio de Janeiro, o pré-candidato é o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), André Ceciliano, mas há impasse com o PSB, que apresentou o nome do deputado federal Alessandro Molon. Beto Faro (PA), Reginaldo Lopes (MG), Zeca do PT (MS) e Teresa Leitão (PE) também dependem ainda de acertos estaduais.
“Em muitos estados não temos nome mesmo e não lançaremos candidato para marcar posição”, rebate a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann.
Na Câmara, a reclamação é sobre a falta de coordenação nacional. Não há uma meta oficial de deputados a serem eleitos e não existe, segundo relatos, uma definição de puxadores de votos nos estados.
A presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, diz que as direções estaduais já têm orientações sobre esse assunto e rechaça a crítica. “Esses parlamentares deveriam procurar seus diretórios e ajudar a construir. Nosso GTE [Grupo de Trabalho Eleitoral] já fez inúmeras reuniões e nossa secretaria de Organização está acompanhando a formação das chapas”, afirma.
O cenário se contrasta com declarações recentes de Lula sobre a necessidade de se pensar na governabilidade, caso eleito, para não ficar refém do centrão. A criação da federação com PC do B e PV, por exemplo, faz parte desses esforços para garantir uma base de apoio sólida no Congresso.
Outra área que a cúpula do partido pretende pacificar depois do evento do sábado (7) é a comunicação. Na véspera do lançamento formal da campanha, Lula deu fim a uma incerteza que, há duas semanas, consumia seus apoiadores ao definir os coordenadores de comunicação de sua campanha.
Disposto a apagar a ideia de desestruturação, Lula escolheu o deputado federal Rui Falcão (SP) e o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, para a coordenação de comunicação.
FolhaPress