Portugal notificou, nesta quarta-feira (18), cinco casos da varíola do macaco. Além disso, outros países europeus já estão em alerta com a doença.
De acordo com o portal R7, o Reino Unido também já registrou sete casos desde o início de maio. Assim como a Espanha que conta com 23 em investigação.
A varíola do macaco é uma doença rara causada pelo vírus da varíola símia, geneticamente parecida com o vírus da varíola, mas que causa doença geralmente mais leve, conforme o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento.
Segundo o próprio guia médico, apesar do nome, os primatas não humanos não são reservatório do vírus da varíola. Embora o reservatório seja desconhecido, os principais candidatos são pequenos roedores como, por exemplo, esquilos nas florestas tropicais da África, especialmente na África Ocidental e Central.
Serra Leoa, República Centro-Africana, República do Congo e Nigéria já registraram casos em 2016, sendo o último país com um surto maior.
Os Estados Unidos também registrou um surto em 2003 e identificou roedores importados da África como animais de estimação como transmissores do vírus para cachorros, que passaram para humanos. Na ocasião, 35 casos foram notificados em seis estados.
Transmissão
O vírus é transmitido de animais para humanos por meio de secreções fisiológicas, mas a transmissão entre humanos é mais difícil. Apesar disso, acredita-se que seja possível quando há contato direto e pessoal prolongado.
Os casos em investigação na Espanha sugerem “contato com fluidos”, conforme porta-voz do Departamento Regional de Saúde de Madri.
“De um modo geral, a varíola dos macacos é transmitida por transmissão respiratória, mas as características dos oito casos suspeitos apontam para contato com fluidos. Os oito casos suspeitos em Madri estão entre homens que fazem sexo com homens. Eles estão bem, mas essa doença pode exigir tratamento hospitalar”, afirmou o porta-voz em entrevista ao jornal britânico The Guardian.
Já em Portugal, os casos são de homens jovens que tiveram lesões ulcerativas na pele, conforme a Direção Geral da Saúde.
Os casos da varíola do macaco identificados no Reino Unido iniciaram a partir de 6 de maio. Entre eles, quatro pessoas que se identificaram como “homossexuais, bissexuais ou homens que têm relações sexuais com outros homens”, segundo a agência britânica de segurança sanitária.
Sintomas e tratamento
De acordo com a OMS (Organização Municipal de Saúde), o período de incubação do vírus varia entre seis e 13 dias, podendo chegar a três semanas.
Os sintomas são semelhantes aos da varíola, sendo as bolhas na pele o mais característico, mas também ocorre febre, calafrios, cansaço e dores musculares.
De acordo com o comunicado, os sintomas podem ser leves ou graves, e as lesões podem ocasionar muita coceira ou dores. Assim como podem apresentar linfonodo (pequenas estruturas que funcionam como filtros para substâncias nocivas) aumentados e alto risco de infecção bacteriana secundária da pele e dos pulmões.
“Não há tratamento seguro e comprovado para a infecção por vírus da varíola do macaco”, alerta o Manual MSD e que os sintomas normalmente desaparecem espontaneamente.
Apesar disso, alguns medicamentos podem ser usados, por exemplo, os antivirais tecovirimat, cidofovir e brincidofovir.
A Agência da Segurança da Saúde do Reino Unido também ressalta que a vacina tradicional contra a varíola “pode ser usada tanto na pré como na pós-exposição e é até 85% eficaz na prevenção da varíola”.
“As pessoas vacinadas contra a varíola na infância podem apresentar uma doença mais branda”, acrescenta o órgão.
Situação em SC
Procurada pela reportagem do ND+, a Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina) afirmou que o estado não tem nenhum caso suspeito ou em acompanhamento da varíola do macaco.
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