Dólar abre em queda no 3° pregão seguido

O dólar caía pela terceira sessão consecutiva frente ao real nesta segunda-feira (23), conforme a divisa norte-americana continuava se afastando de picos em duas décadas contra uma cesta de rivais fortes no exterior.
Às 9h05 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,68%, a R$ 4,8380 na venda.

Na B3, às 9h05 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,94%, a R$ 4,8480.

Nesta sessão, o Banco Central fará leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2022.

No pregão de sexta-feira (20), o dólar comercial encerrou em queda de 0,93% frente ao real, cotado a R$ 4,8710 para venda, em um movimento influenciado pelo bom humor dos investidores após a China reduzir a taxa de juros para estimular a economia.

Na semana, a divisa americana recuou 3,7%, segunda baixa semanal seguida e a maior queda para o intervalo desde o final de março. No ano, o dólar passou a recuar 12,65%.

Na Bolsa de Valores, o Ibovespa avançou 1,39% no último pregão da semana passada, aos 108.487 pontos, impulsionado pelas ações de commodities e dos grandes bancos. Na semana, o índice de ações teve valorização de 1,46%, com alta de 3,5% no ano.
As grandes produtoras de commodities estiveram entre os destaques de alta da Bolsa local na sexta, acompanhando o movimento dos preços do petróleo e do minério de ferro negociados no mercado internacional.

As altas vieram após o Banco Popular da China reduzir o juro de cinco anos de 4,60% a 4,45%, o maior corte desde 2019, na esteira de dados de vendas no varejo e produção industrial que indicaram uma forte desaceleração em abril por conta dos impactos gerados pelas restrições de mobilidade para conter a nova onda de Covid-19 no país.

“O mercado antecipava uma redução mais modesta, para 4,55%. Há expectativa de novas medidas monetárias e fiscais para estimular a economia chinesa em 2022”, disseram os analistas da XP em relatório.

Também com peso relevante para determinar a direção do mercado, os papéis dos bancos acompanharam o aumento do apetite por risco em escala global e marcaram ganhos expressivos.

Ainda no setor financeiro, os papéis da GetNet dispararam 22,65%, após o Santander anunciar na véspera a intenção de fechar o capital da empresa.

EUA

No mercado internacional, os principais índices acionários das Bolsas nos Estados Unidos marcaram a sétima queda semanal em sequência, em um cenário de preocupação crescente dos investidores com o impacto do aumento dos juros para o ritmo da atividade econômica e para o lucro das empresas.

O S&P 500, que na quarta-feira (18) tombou 4%, a maior queda desde junho de 2020, acumulou perdas de 3% na semana. O Dow Jones recuou 2,9% no intervalo, e o Nasdaq, 3,81%.

Foi a sétima semana seguida de queda para os índices S&P 500 e Nasdaq, a pior sequência desde o estouro da bolha de tecnologia em meados de 2001. Já o Dow Jones marcou a oitava semana seguida de baixas, a pior sequência desde 1932, quando os Estados Unidos atravessaram uma grave crise econômica.

Ações de empresas varejistas nos Estados Unidos, como Walmart e Target, foram duramente castigadas pelos investidores ao longo da semana, com o risco visto como cada vez maior de o aumento dos juros conduzido pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) gerar fortes impactos para as receitas das empresas com ações listadas em Bolsa.

“A inflação continua sendo um dos principais desafios para as empresas [nos Estados Unidos], fato que deixa os investidores mais apreensivos com o cenário econômico global”, apontaram os analistas da Guide.

 

FolhaPress