Em passagem pela Paraíba, Rodrigo Pacheco (PSD) afirmou que o congelamento dos preços dos produtos nos supermercados “não é o caminho”. O presidente da República em exercício participou de palestra no Tribunal de Contas do estado na manhã desta sexta-feira (10) e comentou sobre a proposta apresentada ontem (9) pelo presidente Jair Bolsonaro a empresários do ramo do setor supermercadista.
A sugestão do presidente, amparada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, é que eles diminuam a margem de lucro na produção e na venda de produtos da cesta básica. Essa seria uma forma de ajudar a combater os altos índices de inflação no país, mas tem sido vista com cautela por ser parecida com uma medida adotada nos anos 1980 pelo governo de José Sarney, para atacar a inflação.
Apesar de ver com reservas a política de congelamento, Pacheco defendeu que haja um equilíbrio para combater e crise econômica no país, que está em dois dígitos, tanto na questão dos juros, da inflação e, em alguns lugares, também da gasolina.
“Nós temos uma sociedade de livre mercado. O que eu acho que o que o ministro Paulo Guedes reivindicou e suplicou foi realmente a responsabilidade social de todos os brasileiros na sua atividade produtiva. Ninguém obviamente pretende sacrificar o lucro, nem acredito também em congelamento de preços, não é esse o caminho”, analisou, ao Conversa Política.
Pacheco afirmou que é preciso que todos tenham a consciência para buscar a função social de todas as empresas nesse momento. “Todo mundo ter responsabilidade em fixar preços que sejam justos, que contemplem lucro, mas que não sejam lucros abusivos”, completou.
Pedido em 2020
Essa não é a primeira vez que Bolsonaro apela aos donos de supermercado para pedir a redução dos lucros na tentativa de conter a inflação.
Em 2020, quando o Brasil também vivia a escalada de preços de itens básicos como arroz e óleo de soja, Bolsonaro chegou a pedir “patriotismo” dos empresários. Naquele momento, o primeiro ano da pandemia de Covid fez aumentar a procura nos supermercados pelos alimentos básicos, porque os consumidores deixaram de fazer refeições em bares e restaurantes.
Com informações do G1