Pergunta. Oficialmente candidato à presidência em 2018?
Resposta. Não, oficialmente não, porque só na data própria o partido vai formalizar. Estou pedindo para as pessoas não me ouvirem como possível candidato porque um candidato tem que expressar a média da sua coalizão e esta hora agora é de livre pensar. O que se impõe é tentar criar essa corrente de opinião. Escrever, formular, procurar essa inteligência do país. Sou signatário dessa iniciativa de Bresser Pereira chamada Brasil Nação, de discutir o projeto nacional de desenvolvimento, com base numa retomada da industrialização do país. Trabalhamos os preços centrais da economia, câmbio, juros, tributos, margem de lucro das empresas médias e o que fazer para coordenar de uma maneira proativa o desenvolvimento substituindo a prevalência do rentismo. No complexo industrial do agronegócio, por exemplo, a ideia é uma sinergia privada: 40% dos custos de produção são importados e não há razão para isso, a não ser falta de convergência. A capitalização será feita por uma coordenação estratégica que vai manipular crédito, subsídios, renúncia fiscal. E eventualmente ter uma presença setorial privatizável no futuro. A Petrobras entra com os insumos de fertilizantes, capitaliza uma empresa…
P. O que sr. diz soa parecido com os planos do segundo Governo Dilma. Por que o eleitor que está vendo tudo o que foi feito de bem e de mal em nome dessa “nova matriz econômica”, incluindo suas derivações [campeãs nacionais do BNDES] que culminaram no caso JBS, deve acreditar na sua ideia?
R. Estou apelando para a inteligência das pessoas. O grande problema não foi o conceito de fazer um esforço de política industrial e de comércio exterior. O erro foi fazer ele em bases clientelistas, não orgânicas, não partilhadas com a sociedade, sem controle social e elegendo arbitrária, quando não, corruptamente, os setores privilegiados. A questão não é nacionalismo, nem patriotada. Um país como o Brasil aguenta até quando o passivo externo líquido que nós estamos vendo crescer agora em serviços? O senhor Pedro Parente [presidente da Petrobras] fez uma carta-convite para investimento no Comperj [Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, afetado pela Lava Jato] para 17 empresas de construção pesada no estrangeiro. Carta-convite! Deixou as brasileiras todas fora, sob o pretexto moral de que estão enroladas em escândalo e o país vai começar a construir o passivo externo líquido agora em serviços que era positivo. Por cima de todos os erros de Dilma, de todas as grandes bobagens que ela fez, o que aconteceu mesmo foi que o passivo externo brasileiro ficou infinanciável porque o ciclo de commodities que sustentou o Lula despencou. E esse é o mesmo filme que derrubou o Fernando Henrique Cardoso. Isso é um filme claro para nós. É preciso desarmar essa bomba.
P. Então é preciso tentar de novo…
R. O grande problema do período Lula foi o caudilhismo.
CARIRI EM AÇÃO
Com EL PAÍS/Foto: Google
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