Ibaneis deixou a sede da PF por volta das 14h desta sexta-feira, após três horas de depoimento. Ele entrou pelos fundos, acompanhado de dois advogados, e saiu pelo mesmo acesso.
O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou ao deixar a sede da Polícia Federal, nesta sexta-feira, onde prestou depoimento no âmbito do inquérito que apura os atos antidemocráticos do último domingo, que “respondeu a todos os questionamentos e espera ter deixado claro que não teve qualquer envolvimento seja por ação ou por omissão com os fatos ocorridos no domingo”. O advogado dele, Alberto Zacharias Toron, confirmou que Ibaneis apresentou aos policiais trocas de e-mails e mensagens com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e com o ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, que o eximiriam de culpa.
Em nota emitida, a defesa também afirma que “foi uma verdadeira surpresa a inexistência de efetivos em número suficiente para conter os vândalos e, pior, que alguns PMs se confraternizaram com os manifestantes. O governador espera que todo o ocorrido seja cabalmente apurado e as responsabilidades fiquem demonstradas”.
Ibaneis deixou a sede da PF por volta das 14h desta sexta-feira, após três horas de depoimento. Ele entrou pelos fundos, acompanhado de dois advogados, e saiu pelo mesmo acesso. O comparecimento de Ibaneis foi um pedido da própria defesa do governador afastado, que se antecipou a uma intimação. O afastamento dele foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo prazo de 90 dias, após suspeitas de omissão de autoridades locais para conter a invasão do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. A defesa de Ibaneis também pede acesso aos autos do processo.
Moraes também determinou a prisão do então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, e do comandante-geral da Polícia Militar do DF (PMDF), coronel Fábio Augusto Vieira. Na última quarta, o STF confirmou as decisões de Moraes por 9 votos a 2.
A defesa de Ibaneis afirmou em documento enviado ao Supremo que o plano de segurança elaborado para a manifestação de domingo sofreu “atos de sabotagem” das forças de segurança locais e acusa policiais de terem agido com “conivência” e “colaboração” com os manifestantes golpistas e de terem cometido “deserção”. A peça foi encaminhada a Moraes.
No documento, os advogados admitem que a primeira impressão é de que houve “aparente falta de preparação para os atos anunciados”, mas argumentam que “diversos agentes aos quais incumbiam a execução do protocolo de ação seguiram pela inaceitável e criminosa linha da conivência e da colaboração com os grotescos atos terroristas, tudo à revelia do que havia sido previamente alinhado”.