Terra Indígena Yanomami registra nos últimos anos agravamento na saúde dos indígenas, em meio ao avanço do garimpo ilegal.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou neste domingo (22) que a situação de penúria da população do território Yanomami é “inaceitável”.
Ele disse que a apuração das responsabilidades é “urgente”.
“A inaceitável situação de penúria dos Yanomamis, agora revelada, é uma tragédia muito grande para acreditarmos que foi improvisada. A apuração das responsabilidades é urgente”, escreveu Mendes em uma rede social.
No sábado (21), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou abertura de inquérito policial para apurar o crime de genocídio e crimes ambientais na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
O local registra nos últimos anos agravamento na saúde dos indígenas, com casos graves de crianças e adultos com desnutrição severa, verminose e malária, em meio ao avanço do garimpo ilegal. Quase 100 crianças Yanomami morrem em 2022.
O cenário de crise sanitária fez com que o Ministério da Saúde decretasse emergência na saúde. O governo federal deve transferir o Hospital de Campanha da Aeronáutica do Rio de Janeiro para Roraima, onde deve atender indígenas yanomami.
Em visita a Boa Vista no sábado (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou a situação dos Yanomami como “desumana”. “Se alguém me contasse que em Roraima tinham pessoas sendo tratadas dessa forma desumana, como vi o povo Yanomami aqui, eu não acreditaria. O que vi me abalou. Vim aqui para dizer que vamos tratar nossos indígenas como seres humanos”, afirmou Lula.
Neste domingo (22), morreu a mulher Yanomami fotografada em estado grave de desnutrição, com costelas aparentes e corpo debilitado, em cima de uma balança.
Ela tinha 65 anos e era da comunidade Kataroa, onde há forte presença de garimpeiros ilegais e casos de dezenas de crianças doentes.
Para ajudar na situação da população da região, o Ministério da Saúde estuda acelerar um edital do Programa Mais Médicos para recrutar profissionais para atuação nos Distritos Sanitários Indígenas (Dsei).
FONTE: Click PB