Namoro do governo com Centrão também incomoda o PDT

O deputado André Figueiredo (CE, foto) afirmou que o PDT tem suas “insatisfações” com o governo.

Em entrevista publicada nesta quinta-feira (27) por O Globo, o parlamentar disse que o Palácio do Planalto faz mais esforço para negociar com o centro do que com a base.

“No PDT mesmo, existem muitas reclamações. Temos um ministério, mas acabamos tendo pouco poder de execução. Perdemos o DataPrev, por exemplo. Além disso, há mais esforços em dialogar com os partidos de centro do que com a base. Nós temos também as nossas insatisfações. O governo tem sido bastante pragmático na questão numérica. Somos 18 deputados com coerência com os nossos princípios. Ninguém vai nos impor posicionamentos na nossa bancada e temos, sim, insatisfações”, afirmou.

Apesar das reclamações do PDT, André Figueiredo, que é líder do maior bloco da Câmara, com 174 deputados, disse que a reforma ministerial articulada pelo governo para contemplar PP e Republicanos é “imprescindível para a governabilidade”.

“O país de hoje é muito diferente do primeiro mandato do Lula. Ele sempre foi muito responsável, sabe que é necessário muito diálogo, sem aderir a uma pauta conservadora. Ele sabe que precisa manter diálogo com esses partidos. É oportuno que tenham ministérios”, acrescentou.

Mesmo com novos partidos na base, Figueiredo afirmou que ainda vê dificuldades para o governo consolidar o apoio no Congresso.

“Não posso dizer que há uma facilidade consolidada, até o momento, neste diálogo. Há um esforço maior do governo e, às vezes, a demora no diálogo complica votações. Basta ver o que ocorreu na Reforma Tributária, aprovada no limite do prazo. Esperamos, sim, que isto seja resolvido no segundo semestre. Mas, não posso dizer que isto será resolvido apenas com uma reforma ministerial”, disse.

Além do PDT, o PSB já demonstrou estar incomodado com a aproximação entre Lula e Centrão. Segundo Carlos Siqueira, a legenda “não vê com bons olhos” o acordo envolvendo ministérios.

 

O Antagonista