O infectologista Fernando Chagas explicou que a Éris foge da neutralização da vacina, mas as pessoas dificilmente terão a forma grave da Covid-19.
A subvariante Éris, que é uma mutação da variante Ômicron, do novo coronavírus, deixou o Brasil em alerta com casos notificados no Sudeste em investigação. O infectologista Fernando Chagas, diretor do Hospital Clementino Fraga, em João Pessoa, explicou ao ClickPB que a Éris foge da neutralização da vacina, mas as pessoas dificilmente terão a forma grave da Covid-19.
“A nova variante Éris é uma variante da própria Ômicron. Existiu o vírus selvagem, que é o primeiro vírus do Sars-Cov-2, ele gerou várias mutações, dentre as quais a variante Ômicron, que era muito mais transmissível. E agora a gente tem a Éris que tem a mesma potencialidade de transmissibilidade. A diferença é que a vacina ela protege contra a Covid-19, especialmente a vacina bivalente, no sentido de você não evoluir para a forma grave da doença. Porém, isso vale até a Ômicron, com a Éris, não. Ela, infelizmente, foge da neutralização da vacina”, relatou o médico ao ClickPB.
Ainda segundo Chagas, “se você está vacinado com a bivalente você não vai evoluir para a forma grave, mas pode adoecer. Ah, quer dizer que as pessoas não adoeciam com a vacina? Não é bem assim. A vacina bivalente diminuía em 30% as chances de você desenvolver sintomas mesmo contraindo o vírus. Você não evoluía para a forma grave em nenhum tipo de cenário. Mas, em relação ao adoecimento, até 30% das pessoas não adoeciam. Agora com a Éris, não. Quem se expor ao vírus vai adoecer. Agora, como está vacinado, vai ter um quadro muito leve. Vai ter algo semelhante ao quadro gripal comum, como um resfriado, com dor de garganta, dor de cabeça, corisa, tosse…”
Idosos
O infectologista lembra que a atenção é com os cuidados e prevenção aos idosos. “Eles podem sofrer com qualquer doença respiratória, desde um resfriado comum à Covid. Então, mesmo a forma leve da Covid pode fazer com que os idosos sofram com o descontrole de outras doenças que já possam ter, como um problema de coração.”
Éris na Paraíba
O médico descarta um surto na Paraíba com a Éris. “Pouco provável a gente ter um impacto grande dessa variante em nosso estado. O que pode acontecer, e a gente não vê isso no resto do Brasil, então pode ser que não aconteça aqui já que nossa cobertura vacinal é muito boa, é que estão aparecendo mais quadros gripais, como se as pessoas tivessem tendo mais resfriado. Dificilmente, essa variante vai colocar alguém na UTI, por conta da vacinação. Se não fosse pela vacinação, seria um desastre.”
FONTE: Click PB