O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liberdade ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). O militar foi preso no dia 22 de março durante depoimento à Polícia Federal (PF), após o vazamento de áudios em que criticava a PF e os ministros da Corte.
Mauro Cid fez um acordo de colaboração premiada e é investigado na suposta trama de tentativa de golpe de Estado, na falsificação de cartões de vacina contra a Covid-19 e no caso da venda de joias sauditas recebidas pela presidência. No pedido de liberdade, a defesa do militar argumentou que os áudios não causaram prejuízo à investigação e que não houve obstrução de justiça.
Nos áudios revelados pela revista Veja em 21 de março, Maur Cid diz: “Eles (os policiais) queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu.” Ainda nas gravações, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro acusa Moraes, responsável pela homologação da delação, e agentes da PF de estarem com a “narrativa pronta”. Ou seja, de irregularidades ao longo do acordo de colaboração.
Antes, Cid passou quatro meses preso em um batalhão, em 2023, quando era investigado na operação sobre a falsificação de cartões de vacinação de Jair Bolsonaro, parentes e assessores.
Caso seja condenado a mais de 2 anos por pena restritiva de liberdade, o tenente-coronel deixará de ser militar e seu salário será repassado à esposa, como acontece quando um militar morre.