O jornalista Marcelo Rezende morreu, às 17h45 deste sábado (16), em São Paulo, aos 65 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos em consequência de um câncer, informou o Hospital Moriah.
Rezende foi diagnosticado no início do ano com câncer no pâncreas com metástase no fígado. Ele se afastou do comando do programa Cidade Alerta, da TV Record, para fazer o tratamento de quimioterapia. Ele estava internado no Hospital Moriah, na Zona Sul de São Paulo.
Em um vídeo postado no dia 3, Marcelo Rezende falou sobre os altos e baixos do tratamento contra o câncer. “O que eu tenho, a doença que eu tenho, o câncer que eu tenho, tem altos e baixos, é como uma montanha-russa. Uma hora eu to lá em cima, outra hora eu to lá embaixo. O mais importante é que eu estou firme e estar firme é aqui, onde a mente funciona. E eu estou firme para enfrentar os baixos, até chegar o momento em que o alto vai deslizar e aí a cura vai chegar. E eu tenho certeza dela porque Deus está comigo, Deus está contigo”, disse o jornalista.
Marcelo Luiz Rezende Fernandes nasceu no Rio de Janeiro, em 12 de novembro de 1951.
Começou sua carreira como repórter esportivo nos anos 70 do Jornal dos Sports. Trabalhou em O Globo, revista Placar e chegou à TV em 1987 para trabalhar na Globo. Entre os destaques está a cobertura do caso da operação da polícia na Favela Naval, em Diadema e a apresentação do programa Linha Direta. Trabalhou também na Band e Rede TV.
O jornalista deixa cinco filhos e dois netos.
O apresentador estava afastado do Cidade Alerta desde maio, quando descobriu um câncer no pâncreas e no fígado. Ele estava no comando do programa desde 2012 e ali imprimiu a sua marca, expondo os problemas de segurança pública do País com a coragem que sempre pautou sua trajetória, transformando o Cidade Alerta em um importante canal de denúncias. “Esse jornalismo que eu e alguns companheiros fazemos é o jornalismo que revela as mazelas do País”, disse ele.
Com mais de 40 de carreira, Marcelo Rezende deixa um grande legado ao jornalismo do Brasil e da Record TV. Sua trajetória foi sempre guiada pela coragem em tocar em feridas sociais. Do flagrante de abuso policial na Favela Naval, em Diadema (SP), à corrupção no futebol, passando pelos inesquecíveis depoimentos de Francisco Assis Pereira, o Maníaco do Parque, e do ex-goleiro Bruno. Rezende foi um repórter investigativo de raro talento e um apresentador polêmico que não tinha medo de expor suas opiniões. Alguns dos episódios mais marcantes de sua carreira ele narrou no livro “Corta pra Mim”, lançado em 2013 pela editora Planeta, que tornou-se rapidamente um best-seller.
Rezende iniciou sua carreira na mídia impressa, aos 17 anos, no Jornal dos Sports, em sua cidade natal, no Rio de Janeiro, e atuou como jornalista esportivo por um longo período. Atuou no jornal O Globo e em seguida na Revista Placar, da editora Abril, até que, por fim ingressou na televisão, em 1988, quando foi trabalhar no Globo Esporte. A carreira sofreu uma guinada quando foi designado para fazer reportagens investigativas. Em 1999, fez parte da equipe de criação do Linha Direta, do qual tornou-se apresentador.
Na Record TV, o jornalista apresentou o Cidade Alerta em duas ocasiões, entre 2004 e 2005, e de 2012 a 2017, além de ter comandado o Repórter Record e o quadro A Grande Reportagem, exibido pelo Domingo Espetacular. Trabalhou também na Rede TV! onde apresentou o Repórter Cidadão e o Rede TV! News. Na Band esteve a frente do Tribunal na TV.
No dia da estreia do novo Cidade Alerta, em 2012, Marcelo deu o tom do que o telespectador poderia esperar : “Nós não temos amigos, nem inimigos. Trabalhamos para o interesse público, o interesse da comunidade, o interesse da sociedade”.
Nessa nova fase do Cidade Alerta, a carreira do Marcelo também foi marcada pela inusitada interação com a equipe de jornalistas espalhada pelo Brasil. Descontração e alegria que contagiaram milhões de brasileiros e marcaram uma nova alternativa de informar os telespectadores.
CARIRI EM AÇÃO
Com G1 /Foto: Google
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