Um novo exame para o diagnóstico do câncer de próstata foi apresentado no Congresso da Sociedade Internacional de Oncologia e Biomarcadores, que aconteceu entre os dias 7 e 10 de setembro, no Rio de Janeiro, e que reuniu pelo menos 150 especialistas da área da saúde. O evento aconteceu pela primeira vez na América Latina. O congresso apresentou resultados positivos do exame ‘próstata–phi’ para o diagnóstico da doença.
O novo teste reduz em 30% as biópsias desnecessárias, uma vantagem para médicos e pacientes. “É uma doença que aparece em um número grande de pessoas. Ter ferramentas para fazer um diagnóstico mais preciso e sem procedimentos invasivos é um avanço muito importante”, afirmou o professor e doutor Adagmar Andriolo, médico patologista clínico e chefe da disciplina de Medicina Laboratorial da Escola Paulista de Medicina – UNIFESP, que presidiu o congresso este ano.
Os avanços clínicos do índice de saúde da próstata–phi foram explicados pelo Dr. Brian Helfand, diretor da divisão de Urologia e do Programa Personalizado de Câncer de Próstata da NorthShore University HealthSystem, em Chicago, nos Estados Unidos. O Dr. Helfand participou de uma mesa redonda, em que pôde compartilhar sua experiência clínica sobre o exame.
Lideranças mundiais e referências na área leram seus trabalhos durante a 44ª edição do encontro, em um intercâmbio sobre o que há de mais avançado na medicina de biomarcadores. Eles são o futuro da oncologia de precisão e permitem o diagnóstico e tratamento de doenças com mais assertividade. Por isso, o novo exame se mostra como uma evolução na luta contra o câncer de próstata. Ele utiliza a combinação de três marcadores sanguíneos: o PSA livre, o PSA Total e o p2PSA.
A doença
O câncer de próstata é um tumor maligno que se inicia na glândula masculina, chamada de próstata, que tem função reprodutiva, mas que tem o risco de sofrer alterações com o passar da idade. Se não for tratado a tempo, produz metástases e levará o paciente à morte. Quem explica é o urologista paraibano Leandro Tavares. Segundo a Secretaria de Saúde da Paraíba, foram registrados 1.040 casos de homens com câncer de próstata, com 326 óbitos, em 2016. Até o fim de agosto deste ano, a secretaria já registrou 162 óbitos.
“Como toda doença maligna, ainda não se sabe a causa exata. Todavia, a idade, ingestão de alimentos gordurosos e alterações genéticas parecem ser os maiores fatores de risco. Surge inicialmente após os 45-50 anos de idade, sem causar nenhum sintoma, de forma silenciosa e vai se espalhando pelo corpo”, respondeu o médico Leandro ao ser questionado sobre as causas do câncer.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) divulgou que, em 2016, mais de 61 mil casos novos de câncer de próstata foram constatados no Brasil. O valor corresponde a um risco estimado de 61,82 casos novos a cada 100 mil homens, tornando-se o segundo mais frequente em homens no país.
O urologista Leandro Tavares disse que os sintomas de quem está com o câncer não são visíveis. “No início, não há nenhum sintoma. Por isso que o homem tem que ser consultado pelo seu urologista pelo menos 1 vez ao ano. Nas fases avançadas, a dor óssea é sintoma predominante e que castiga muito o paciente. Ele pode também ter dificuldade para urinar”, explicou.
Sobre o diagnóstico, o médico afirmou que só através de exames. “O diagnóstico é feito com o toque retal e o PSA (exame de sangue), que, quando alterados, indicam uma biópsia de próstata, a fim de confirmar o diagnóstico. Se o tumor for diagnosticado nas fases iniciais, a cura é possível sim. Eventualmente, o tratamento paliativo também dá uma boa qualidade de vida ao paciente nas fases mais avançadas”, concluiu Leandro Tavares.
A assessoria de comunicação da Beckman Coulter, empresa responsável por levar ao congresso os resultados do novo exame ‘próstata-phi’, informou que o exame pode ser realizado em todos os estados do país, inclusive na Paraíba.
CARIRI EM AÇÃO
Com Portal Correio/Foto:Google
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