Treze veículos são roubados por dia na Paraíba, de acordo com o 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, com dados do ano passado, computados junto ao sistema de inclusão de bloqueios do Detran-PB. O número por si só é alarmante. Não bastasse isso, a modalidade de furtos praticamente desapareceu e os bandidos agora tomam os veículos com arma em punho, rendendo os proprietários no meio da rua, o que faz o crime se tornar ainda mais perigoso para as vítimas.
O furto se caracteriza quando o veículo é levado sem a presença do dono, normalmente mediante arrombamento. Já no roubo, o veículo é tomado com violência ou grave ameaça. Segundo o delegado Getúlio Machado, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos da Capital (DRFV), a Secretaria da Segurança não dispõe de dados que separem as duas modalidades mas, o cotidiano da delegacia mostra que, a evolução tecnológica dos veículos dificulta o arrombamento. “A velha chave mincha foi aposentada. Agora os bandidos metem a arma na cara do cidadão, em qualquer lugar da cidade e tomam o carro. Está cada vez mais perigoso”, disse.
No Anuário, feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança e que reúne dados criminais do País, referente a 2015 e 2016, a taxa de roubo, calculada a partir da proporção de um furto ou roubo para cada 100 mil veículos, aumentou 47%. O percentual menor que o aumento de ocorrências se deve ao fato de a frota ter crescido mais que os roubos ou furtos.
Sem hora nem lugar
As dificuldades impostas pela tecnologia para levar carros ou motos sem enfrentamento com o proprietário fez com que o ladrão desse tipo de bem deixasse de ser um agente discreto, se tornando audacioso e perigoso.
Com isso, não existe mais aquela tese de que é preciso o veículo estar em local deserto ou escuro para que o crime aconteça. Agora, não há mais situação que favoreça ou desfavoreça a ação do bandido. Pior para os cidadãos de bem.
O delegado Getúlio Machado lembrou que o alerta de não reagir é cada vez mais necessário, nessa modalidade de crime.
“Como os bandidos sabem que não tem outra alternativa a não ser render o proprietário, acabou essa história de lugar seguro. Eles agora chegam em qualquer lugar, de preferência no meio da rua, onde há a variedade de veículos que procuram. Metem a arma na cara da vítima e levam. O que temos dito de forma insistente é ‘Não reaja! Não reaja!”, alertou.
O construtor Washington Suassuna foi vítima de um roubo, nessas circunstâncias. “Eu havia saído de uma obra e estava indo para a outra quando foi abordado por dois homens, a pé, que saíram do acostamento e se colocaram na frente do carro, um deles com uma pistola na mão, me obrigando a parar. A única coisa que deu tempo de fazer foi descer do carro. Embora eles estivessem calmos, só passou o pior em minha cabeça. Pensei em meus filhos, minha família. Graças a Deus não fizeram nada comigo”, lembrou. Dizendo-se agraciado com uma bênção, o construtor recuperou o veículo meses depois. Estava com placas clonadas e sendo usado por um morador de Natal (RN).
CARIRI EM AÇÃO
Com correiodaparaiba/Foto:Rafael Passos
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