Governistas mordem a isca ao focar desunião entre partidos da oposição

Pode nem ser voluntário, mas tem surtido efeito a propalada desunião entre os partidos da oposição. O clima de incerteza em relação à composição da chapa, com o molho da desunião, tem feito com que os partidos de oposição não saiam das manchetes. As rodas de conversas políticas também não saem do tema. Resultado: ponto para os prefeitos Luciano Cartaxo (PSD) e Romero Rodrigues (PSDB), de João Pessoa e Campina Grande, respectivamente. Ponto também para os senadores José Maranhão (MDB) e Cássio Cunha Lima, o primeiro disposto à disputa do governo e o segundo à reeleição. Ruim para o secretário de Infraestrutura do Estado, João Azevedo (PSB), nome governista para a disputa. Isso por que João tem estado fora das discussões e das manchetes.

Apesar de não ser marqueteiro político, a experiência me acostumou a observar cenários e movimentos. E é claro que se eu fosse consultado sobre estratégia inteligente por qualquer candidato, apontaria este caminho. O clima de incerteza gera mídia e exposição gratuitas. Ao contrário da ala governista, que já tem João Azevedo como candidato, a oposição se reveste de mistério. Há nomes fortes, mas nenhum candidato natural. Entre os nomes postos, Cartaxo aparece em melhor situação, por ser prefeito da capital e não cometer erros graves na gestão. A reeleição no primeiro turno mostrou isso. Porém, não há como desconsiderar Romero Rodrigues no xadrez. Maranhão corre por fora no processo, com chances mínimas.

João Azevedo toma café com Veneziano Vital do Rêgo para fortalecer articulação. Discussão sobre o Senado entrou em pauta.Foto: Divulgação

Valorizado

Tenho observado a movimentação do senador e me divertido com as leituras políticas em relação à velha raposa. Há um que de exagero em relação ao poderio eleitoral do parlamentar, que conheceu apogeu e ruína nas disputas eleitorais. Uma pergunta necessária para entender este poderio é a cuja resposta retrata a trajetória do emedebista. Afinal, que Maranhão se prepara para disputar as eleições? É o eleito senador em 2014 ou o que ficou em quarto lugar na disputa pela prefeitura da capital, em 2012. O parlamentar, pode-se dizer, sempre foi um sucesso na disputa de cargos legislativos. Teve longevidade invejável como deputado. Já nas disputas por cargos executivos, tem um retrospecto muito negativo. Foi governador três vezes, mas só foi eleito em uma delas.

Maranhão era vice de Antonio Mariz em 1994 e assumiu o governo um ano depois com a morte do titular. Em 1998, conseguiu a única vitória para o Executivo, vencendo o então deputado Gilvan Freire. Em 2002, foi eleito para o Senado. Depois disso, disputado para o governo foi derrotado em 2006 e em 2010. O ano de 2012 marcou a maior decepção eleitoral do senador. Maranhão ficou em quarto lugar na eleição para prefeito vencida por Cartaxo. Figurou atrás de Cícero Lucena (PSDB) e Estela Bezerra (PSB). Daquele momento difícil se reergueu em 2014, com a eleição para o Senado. De lá para cá, tem conduzido o partido na condição de ponto de desequilíbrio no segundo turno das eleições. Nada de protagonismos, mas sempre por ali, vivo.

Sem falar de viabilidade eleitoral dos candidatos, vale pontuar que das estratégias postas até agora, a da oposição têm sido mais profícua. A falta de definição oposicionista continua tirando o brilho governista. Os aliados do governador Ricardo Coutinho, no entanto, pretendem mudar este cenário a partir de fevereiro, com as reuniões do Orçamento Democrático. O gestor vai colocar João Azevedo embaixo dos braços e levar a todos os recantos do Estado, fazendo valer a força da máquina. Entre uma agenda e outra, a inauguração de obras para marcar a transição. É um movimento importante, mas ainda com risco de ser engolido. A campanha é curta e os resultados precisam ser alcançados.

CARIRI EM AÇÃO

Com Suetoni JPB/Foto:  Divulgação  

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