A Paraíba é referência na saúde da mulher no quesito exame preventivo de câncer do colo do útero. No estado, 75% das mulheres dizem fazer o exame de papanicolau – tradicional exame ginecológico de prevenção a esse tumor – com regularidade. Diferente dos dados paraibanos, mais da metade das mulheres brasileiras, cerca de 52%, não realizam o papanicolau, segundo uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) divulgada nesta quinta-feira (11) pelo UOL. Porém, 86% dos brasileiros já ouviram falar do câncer do colo do útero.
O índice é mais baixo no Rio Grande do Norte, onde apenas 25% das mulheres costumam realizar o exame. Entre os Estados que estão abaixo da média nacional aparece Roraima (27%), Mato Grosso (27%), Tocantins (27%) e Bahia (29%).
O câncer de colo do útero, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), é o terceiro tumor que mais atinge a população feminina no Brasil. Perde apenas para o de mama e o de colorretal. É ainda a quarta causa de morte por câncer de mulheres no país. Por ano, faz cerca de 5.430 vítimas fatais e apresenta 16.340 novos casos.
“A negligência é preocupante”, afirma Andreia Melo, diretora da SBOC. Segunda ela, o exame é capaz de reduzir em até 80% a incidência do câncer de colo de útero. “É um procedimento simples, que consegue rastrear lesões pré-invasoras ou invasoras para que possam ser devidamente tratadas antes que o tumor se desenvolva”, explica a oncologista.
O Papanicolau, de acordo com a especialista, é recomendado a mulheres de 25 a 64 anos. “E devem ser feitos anualmente. Mas, após dois exames negativos, esse intervalo pode ser prolongado para três anos”. Ainda assim Melo recomenda que as mulheres se habituem a frequentar o ginecologista pelo menos uma vez ao ano. “Muitas outras doenças e cânceres podem ser evitados.”
De acordo com os entrevistados, os principais motivos para não realizar os exames são não ter um plano de saúde e a falta de tempo. “Tudo bem que o agendamento de exames e consultas é mais fácil para os 24% da população que têm acesso a convênios médicos. Ainda assim a rede de saúde pública também disponibiliza o exame em todo o país. Basta procurar uma unidade de saúde básica ou os agentes da saúde da família”, afirma Melo. “Se a gente cuida da gente, não há como terceirizar essa culpa”, completa.
Uma parcela dos entrevistados (20%) diz não realizar os exames preventivos por não julgarem necessários. Uma em cada dez mulheres diz não conhecer o câncer de colo de útero.
CARIRI EM AÇÃO
Com UOL /Foto: Reprodução Internet
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