Nos tatames da Vila Olímpica Parahyba, em João Pessoa, duas das maiores feras da história das lutas do esporte paraibano, Amanda Cavalcanti e Luana Pinheiro se reecontraram para mais uma noite de treino. Foi lá que sofreram os primeiros golpes, aplicaram outros, caíram e souberam se levantar… Um verdadeiro aprendizado! Em suma, tudo aquilo serviu de lição, mas nada que fuja a cartilha comportamental e de disciplina típicas do esporte olímpico.
Ao longo do tempo, as atletas enxergaram que o potencial no esporte estava sendo desperdiçado e que precisariam evoluir, já que o complexo esportivo do estado e a região não oferecia investimento constante na modalidade. Logo cedo foi morar fora, em Belo Horizonte, lá treinou na equipe do Minas Clube e em 2016, mesmo com todo suporte da equipe e os ensinamentos da arte marcial, a paraibana resolveu trocar de esporte e migrou para as artes marciais mistas, conhecida pela sigla MMA – mixed martial arts.
“Não me arrependo de deixar o judô e encontrei um novo amor, posso assim dizer. Preciso buscar mais vitórias para puder lutar num evento maior, e acho que chega um certo ponto da vida que a gente precisa correr atrás de novos horizontes para evoluir e isso, eu não me arrependo. Foi a melhor coisa que eu fiz!”, explicou.
Expectativa. No novo desafio, Luana luta pela organização BH Rhinos, uma espécie de estágio para as grandes marcas, tipo UFC. Sonho de consumo para qualquer lutador de MMA. Até aqui, ela subiu no octógono quatro vezes. Com um cartel de três vitórias e uma derrota, ela crê numa temporada mais vitoriosa e mesmo durante a folga, segue treinando. Ela pretende fazer mais duas ou três lutas até o meio do ano.
“Espero que 2018 seja um ano de conquistas e muitas vitórias. Preciso vencer mais para poder lutar em eventos maiores. Em março eu tenho mais um confronto mesmo ainda sem saber minha adversária, mas no momento que estou, quanto mais lutar eu fizer vai ser melhor, pois tenho que aumentar meu currículo e quem sabe chegar no topo do MMA mundial”, pontuou.
Amanda segue na luta por uma vaga para as Olimpíadas 2020
Aos 29 anos e com uma história semelhante a da sua compatriota, Amanda saiu da Paraíba aos 17 anos de idade para tentar uma melhor oportunidade no esporte. Ela vive hoje sua melhor fase, pois conquistou à pouco tempo uma vaga para integrar a Seleção Brasileira e participar de uma bateria de treinamentos do time Brasil, entre os dias 22 e 28, no Centro de Treinamento de Pindamonhangaba, preparatório para o calendário internacional. O desejo é seguir no ciclo olímpico para Tóquio 2020.
“Antes mesmo de sair da Paraíba conquistei alguns títulos nas categorias de base e agora a seletiva nacional, sendo campeã na última etapa”, disse.
Bom, você não leu errado. Dois bons exemplos que precisaram buscar novos rumos na carreira, para conquistarem mais oportunidades. O Brasil é verdadeiro celeiro para as categorias de base e referência em revelar excelentes competidores, seja qual for a modalidade. Mas o aporte maior, historicamente tem se restringido ao eixo sul-sudeste, com estrutura de ponta e maiores eventos.
“Tive que sair para buscar mais volume de treino porque infelizmente aqui não se tem muito investimento e não tem como você manter um regularidade forte de treinos. Isso eu encontrei em São Paulo, onde se eu consigo me dedicar com exclusividade ao esporte”, relatou Amanda.
Se quiser se manter no topo, Amanda vai iniciar nova temporada determinada em aumentar a coleção de conquistas, pois desde cedo, derrotou todas as oponentes da região, mesmo alguns sendo mais graduados. Já Luana, se espelha no exemplo da família, que transmite a luta de geração em geração, inclusive tendo o pai, Ayrton Pinheiro, seu primeiro técnico, a lutadora está disposta a evoluir e crescer cada dia mais na ‘nova paixão’.
CARIRI EM AÇÃO
Com JC da Paraíba /Foto:Reprodução Internet
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