Detentos da Penitenciária Milton Dias Moreira, em Japeri, na Baixada Fluminense, iniciariam uma rebelião neste domingo, 18, dois dias após a decretação da intervenção federal na área de segurança pública do Estado do Rio. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), há reféns. Mais cedo, a pasta havia informado que “medidas de controle” das penitenciárias foram antecipadas por causa da intervenção federal.
Conforme a Seap, a rebelião começou “logo após” inspetores de segurança e administração penitenciária frustrarem, ainda de tarde, uma tentativa de fuga de internos na penitenciária.
Segundo o jornal “Extra”, pelo menos quatro agentes penitenciários, um deles chefe de segurança da cadeia, foram rendidos pelos presos. O portal de notícias “G1” informou que agentes penitenciários foram abordados durante a contagem dos presos.
O Grupamento de Intervenção Tática (GIT) da Seap foi enviado ao local. O Batalhão de Choque e diversas unidades da Polícia Militar (PM) também apoiavam a ação diante da rebelião.
Reforço. Antes de estourar a rebelião na Penitenciária Milton Dias Moreira, a Seap havia explicado que as “medidas de controle” foram antecipadas “na intenção de evitar qualquer reação da população carcerária” à intervenção federal. Questionada, a assessoria de imprensa da Seap não explicou quais seriam as “medidas de controle”, mas informou que as ações estavam sendo planejadas antes do decreto de intervenção federal, publicado na última sexta-feira.
O secretário de Administração Penitenciária, David Anthony Gonçalves Alves, assumiu a pasta em 24 de janeiro, após a exoneração do coronel Erir Ribeiro do cargo – ele foi acusado de conceder regalias ao ex-governador do Rio Sergio Cabral, preso em outra unidade, em Benfica, zona norte do Rio.
Segundo a Seap, o Estado do Rio tem 51 unidades prisionais, onde estão presas 51.454 pessoas. A capacidade total do sistema é de 28.688 detentos.
A intervenção federal no Rio abrange o sistema prisional, mas o Comando Militar do Leste (CML) informou que as Forças Armadas só começarão suas ações após o decreto do presidente Michel Temer ser votado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, o que é esperado que aconteça até a próxima terça-feira.
Ao longo do dia, tropas das Forças Armadas não foram vistas fazendo patrulha nas ruas. O policiamento regular, porém, parecia mais reforçado do que durante o carnaval. Segundo a assessoria de imprensa da PM, o policiamento do fim de semana teve 5.757 policiais como reforço. A operação já estava prevista, por causa dos desfiles de blocos de carnaval previstos para o fim de semana.
Embora tenha havido a percepção de que menos policiais atuaram nas ruas nos primeiros dias de carnaval, a PM informou que, entre a sexta-feira, dia 9, e a quarta-feira de cinzas, foram mobilizados, de forma extraordinária, 17.110 policiais em todo o Estado.
CARIRI EM AÇÃO
Com Estadão /Foto: Reprodução
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