O juiz federal Sergio Moro ouviu, nesta sexta-feira, mais cinco testemunhas de acusação no processo em que o ex-presidente Lula é acusado de receber propina da Odebrecht e da OAS através de reformas e melhorias em um sítio utilizado por sua família em Atibaia, no interior de São Paulo. Todos os depoentes têm acordo de delação premiada firmado com a Lava Jato.
Funcionário do departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht (o setor criado pela empresa para gerenciar o pagamento de propinas), Fernando Migliaccio afirmou ao juiz Sérigo Moro que fez repasses à publicitária Mônica Moura em espécie e em transferência para contas no exterior. Ele disse, no entanto, não poder afirmar que fez pagamentos diretos a responsáveis pelas obras no sítio, por desconhecer as pessoas a quem repassava dinheiro.
A defesa de Lula aproveitou o depoimento para questionar o delator sobre a possibilidade de adulteração do Sistemas Drousys e My Web Day, que registraram toda a movimentação financeira e a troca de informações internas na Odebrecht após a Operação Lava Jato. Migliaccio disse que foi lhe foi retirado o acesso dos sistemas no final de 2015, e admitiu que, depois que estourou a Operação, a empresa fez uma série de reuniões com o desenvolvedor do sistema, Paulo Sérgio da Rocha Soares, para receber orientações sobre a melhor forma de se proteger. Ele disse que foi de Soares a orientação para que os acessos fossem bloqueados e ressaltou que Soares ainda poderia acessar o sistema de qualquer computador. Questionado pelos advogados de Lula, ele admitiu que seria possível a inclusão de novos documentos no sistema a partir de acesso remoto.
À tarde, a defesa do ex-presidente repetiu a estratégia durante o depoimento do coordenador de Operações Estruturadas da empresa, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva. No entnato, o executivo afirmou que não utilizava o Drousys.
Também foram ouvidos hoje os executivos Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, da Setal, Márcio Faria da Silva, da Odebrecht, Ricardo Pessoa, da UTC e o lobista Milton Pascowitch. Eles reafirmaram seu depoimento no processo anterior contra Lula, explicaram o funcionamento do cartel das empreiteiras e o pagamento das vantagens indevidas nos contratos com a Petrobras.
À tarde, também foram ouvidos dois funcionários da empresa Kitchens, que instalou a cozinha no sítio. Os vendedores Rodrigo Garcia da Silva e Elaine Vitoreli Abib, disseram que o contrato da cozinha foi firmado em nome de Fernando Bittar, o proprietário do sítio, mas que o pagamento e a negociação foram tratados com representantes da OAS, tendo ocorrido reuniões no escritório da empresa.
CARIRI EM AÇÃO
Com uol/Foto: Reprodução Internet
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