Aesa defende que suspensão de bombeamento da transposição só ocorra em julho

O presidente da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa), João Fernandes da Silva, vai defender na reunião desta sexta-feira (16) que a suspensão do bombeamento das águas da transposição, no Eixo Leste, só tenha início em julho deste ano, após o inverno na região do Cariri. O objetivo da interrupção é para que o Ministério da Integração Nacional realize obras, nos açudes de Poções e Camalaú.

A reunião será às 10h, na sede do Ministério Público Federal, em João Pessoa. A pauta é para discutir a recomendação do MPF de suspensão imediata pelo período de quatro meses do bombeamento de águas da transposição do rio São Francisco para as intervenções no dois açudes. Devem participar desta reunião representantes do Ministério da Integração, MPF, ANA, Aesa e DNOCS.

“Esta suspensão agora é equivocada, pois estamos em pleno inverno. A lógica é esperar passar o inverno e que as obras de recuperação de Poções e Camalaú sejam iniciadas em julho, após o período chuvoso, quando o açude de Boqueirão estiver com cerca de 100 milhões de metros cúbicos de água”, explicou Fernandes.

Nesta quinta-feira (15), o açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, acumulava 67,7 milhões de m³, o equivalente a 16,46% de sua capacidade. Apesar de defender o adiamento da suspensão do bombeamento, o presidente da Aesa disse que se a interrupção começar imediatamente Campina Grande e mais 18 municípios não correm o risco de entrar em colapso. “O volume hoje em Boqueirão é suficiente para abastecer as cidades por mais de seis meses”, afirmou João.

Nota do Ministério

O Ministério da Integração Nacional divulgou uma nota, na quarta-feira (14), afirmando que vai acatar e seguir as recomendações do Ministério Público Federal (MPF), em Monteiro, e suspender o bombeamento das águas da transposição no Eixo Leste.

A procuradora da República, Janaina Andrade, recomendou ainda ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) que tão logo haja a descontinuidade da água ou a redução da vazão de bombeamento atualmente fornecida, retome as obras de recuperação dos açudes, inclusive as adequações para a execução da tomada suplementar de água, com o devido controle do fluxo.

De acordo com o coordenador do DNOCS na Paraíba, Alberto Gomes, a suspensão do bombeamento é essencial para que as águas do São Francisco cheguem em Boqueirão de forma segura. “É necessário dar uma paralisada no bombeamento para que tenhamos uma segurança hídrica comprovada. Essa obra deve durar cerca de 120 dias”, pontuou o coordenador.

CARIRI EM AÇÃO

Com Jornal da Paraíba/Foto: Reprodução google

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