A filha do presidente Michel Temer, a psicóloga Maristela Temer, depôs nesta quinta-feira por mais de três horas à Polícia Federal em São Paulo no chamado inquérito dos portos.
O presidente é o principal alvo dessa investigação, aberta no ano passado para apurar se ele recebeu propina para editar um decreto que beneficiava a Rodrimar, empresa com atuação no setor portuário.
Maristela entrou no radar das investigações depois de terem surgido suspeitas de que a reforma da sua casa, na capital paulista, tenha sido custeada em dinheiro vivo pelo coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Temer e que chegou a ser preso temporariamente no curso do inquérito.
Delatores da J&F, holding que controla a JBS, acusaram o coronel de ser um dos intermediários de Temer no suposto recebimento de vantagens indevidas. As defesas de Temer e do coronel negam irregularidades.
O depoimento de Maristela foi colhido pelo delegado Cleyber Malta, que comanda o inquérito, em uma sala reservada no aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo.
O advogado dela, Fernando Castelo Branco, disse à Reuters que o depoimento de Maristela foi “muito bom, apesar de longo”. “Acredito eu (que foi) necessário para elucidar todos os pontos que a autoridade policial tinha para esclarecer”, afirmou.
Segundo o defensor, Maristela foi ouvida na condição de testemunha e disse que “ela não é investigada” sob nenhum aspecto.
Recentemente, a PF pediu a prorrogação do inquérito dos portos por mais 60 dias. O relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, pediu uma manifestação da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, antes de decidir se aceita o pedido.
CARIRI EM AÇÃO
Com Reuters/Foto: Reuters
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