Governo reúne setor produtivo e discute soluções para amenizar efeitos da crise

O governador Ricardo Coutinho se reuniu, nesta terça-feira (29), com representantes do setor produtivo e auxiliares do Governo para dialogar sobre os impactos da paralisação nacional dos caminhoneiros no setor de comércio, indústria, turismo e outros serviços. Na ocasião, as entidades elaboraram uma nota conjunta, apresentando as dificuldades enfrentadas pelo setor e pediram o fim da greve dos caminhoneiros. O Governo do Estado se colocou à disposição para colaborar, por meio do Comitê de Abastecimento, no escoamento de produtos.

De acordo com Ricardo Coutinho, o Governo busca compartilhar com diversos segmentos produtivos as angústias e soluções para a crise, além de tentar juntar forças para superar esse impasse que já se prolonga por mais de uma semana. “O movimento dos caminhoneiros afeta diretamente o Estado e a vida cotidiana das pessoas. Estamos dialogando para superar as dificuldades, porque o povo tem que ter comida nos supermercados, o comércio tem que voltar a funcionar para que o trabalhador possa ter sua renda, o empresário tem que vender e a indústria tem que produzir para abastecer os estabelecimentos”, frisou.

Ainda segundo o governador, durante a reunião os representantes do setor produtivo expressaram o anseio pelo fim da desorganização social que se estabeleceu no país e querem que o Brasil se prepare para poder construir seus caminhos dentro da democracia. “Eles emitiram uma nota conjunta expondo os problemas e pedindo o fim imediato do movimento. O povo não pode mais ser prejudicado”, disse.

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), José Miguel, comentou que os bares e restaurantes estão passando por um momento complicado, porque já estão começando a faltar a matéria prima e o gás de cozinha em vários locais. “Cerca de 30% dos restaurantes estão sem estoque e isso pode se agravar se não tivermos uma solução imediata. Queremos que a greve acabe logo para que possamos dar seguimento no nosso setor de forma tranquila”, falou.

“Posso dizer que o prejuízo existe, porque a paralisação dificulta a reposição dos estoques e produtos que vão atender a necessidade do consumidor paraibano. É interessante que tenhamos tranquilidade, porque muita coisa está faltando para a população, mas acreditamos que a greve esteja finalizando e, em breve, voltaremos à normalidade”, afirmou o presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado da Paraíba (Fecomércio), Marconi Medeiros.

Conforme o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), Francisco Buega Gadelha, a indústria em nível nacional está 45% paralisada, o que traz prejuízos enormes. “Necessidades essenciais estão deixando de ser atendidas, por isso somos contrários a este movimento, já que ele perdeu o sentido, uma vez que as reivindicações fundamentais foram concedidas. O país precisa voltar a produzir e crescer”, observou.

“Essa paralisação que já dura mais de uma semana tem efeitos negativos enormes no setor do comércio, inclusive vai prejudicar o São João de Campina Grande. Há uma queda de até 28% nas vendas do varejo no Brasil”, lamentou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campina Grande, Artur Almeida.

O diretor presidente da Companhia Paraibana de Gás (PBGás), George Morais, por sua vez, afirmou que os usuários de gás natural, sejam do seguimento veicular, residencial, comercial ou industrial, não tiveram a interrupção no fornecimento, já que os bloqueios não interferiram nessa distribuição. “Isso mostra o valor do combustível que é o gás natural, que além da economia gerada, oferece segurança operacional e a garantia da continuidade do fluxo de distribuição. Tivemos uma procura maior nesse período de crise dos combustíveis, mas afirmamos que a PBGás está preparada para atender a demanda solicitada”, concluiu.

NOTA OFICIAL DO SETOR PRODUTIVO

Nós, representantes dos setores produtivos do Estado da Paraíba, abaixo assinados, profundamente preocupados com a atual situação vivida pelo Brasil, cujo impacto num futuro próximo ainda é de proporções incalculáveis, após reunião com o Governo do Estado:

Considerando os prejuízos já registrados na agricultura, no comércio, na indústria e nos serviços, que atingem diretamente a vida do brasileiro, com abalo direto na manutenção de emprego e de renda;

Considerando a realidade de paralisação de 45% na indústria brasileira; e, na Paraíba, a queda de até 28% nas vendas do varejo, bem como a preocupante desocupação de 90% da rede hoteleira local, desabastecimento dos supermercados  e suspensão do funcionamento dos restaurantes;

Considerando ainda os efeitos nocivos na arrecadação por parte dos poderes públicos para assegurar a manutenção regular dos serviços, com a desaceleração profunda dos setores econômicos;

Enfim, pelo completo risco de colapso econômico e, consequentemente, social num momento em que o Brasil inteiro esperava pela recuperação da economia, estamos pedindo claramente o fim absoluto do movimento, cujas reivindicações já foram publicamente atendidas, a fim de que, independentemente das variadas e legítimas posições políticas, se possa resgatar o mínimo de normalidade e trabalhar para atenuar os prejuízos que já marcaram o fluxo da economia brasileira.

Fiep – Buega Gadelha

Fecomércio – Marconi Medeiros

Sindicato das Escolas Particulares – Odésio Medeiros

AETC/JP – Isaac Junior

Associação dos Supermercados – Damião Evangelista e Cícero Bernardo

CDL João Pessoa – Nivaldo Vilar

CDL Campina Grande – José Artur Melo de Almeida

Abrasel – José Miguel

ABIH – Manuelina Alves Hardman

Sebrae – Walter Aguiar

Sindetranstur – Napoleão Crispim

Associação Avícola do Estado da Paraíba – Ivanildo Coutinho

Transnacional – Alberto Nascimento

Sindicato do Comerciários – Rogério Brás

APCA – Mário Tourinho