Os dois maiores hospitais de trauma da Paraíba atenderam, em média, mais de 44 vítimas de acidente de moto por dia entre os meses de janeiro e abril deste ano. Os dados são do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, e do Hospital Regional de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, e apesar de alto, o número mostra que o número de atendimento caiu em relação ao mesmo período de anos anteriores.
Nos meses de janeiro, fevereiro, março e abril, o hospital de trauma da capital, atendeu 3.329 vítimas de acidente de trânsito. Deste, 74%, ou seja, 2.464 atendimentos foram de acidentes que envolviam motos. Já na Rainha da Borborema, o hospital de trauma atendeu a 2.849 vítimas de acidente de trânsito com motos, quase seis vezes o número de pessoas vítimas de acidente de carro.
A falta de políticas públicas de mobilidade urbana, segundo o presidente da ONG Educar para o Trânsito Educar para a Vida (Etev), Luis Carlos, é uma das razões para o número de acidentes envolvendo motos, ele cita casos em que há a regulamentação de moto táxis. “Campina Grande foi uma das primeiras cidades do Brasil a regulamentar o moto táxi, em vez de priorizar o transporte coletivo, hoje temos como resultado a cidade com maior índice de acidente envolvendo motos”, explica.
A tendência de haver mais acidentes de trânsito envolvendo motos em Campina Grande pode ser percebido através do número de vítimas de acidentes com moto atendidos pelo hospital de trauma cidade. Em 2017 foram feitos 9.289 atendimentos de vítimas de acidente de moto no Hospital de Trauma de Campina Grande, enquanto que em João Pessoa foram feitos 8.131 atendimentos há vítimas dos mesmos tipos de acidentes. No ano de 2016, a diferença na quantidade é ainda maior, chegando a ser superior a 30%, em João Pessoa foram atendidas 7.774 vítimas de acidente com motos e em Campina Grande foram atendidas 10.244 vítimas.
Outro ponto que leva ao grande número de acidentes, de acordo com Luis Carlos, é o aumento no número de motos em circulação na Paraíba também faz com que se aumente o número de vítimas de acidentes. No entanto, a falta de educação no trânsito ainda é o maio responsável pelos acidentes no trânsito.
“A falta de fiscalização, nas rodovias estaduais e federais, principalmente no interior da Paraíba, passa a sensação para o motociclista imprudente e irresponsável que não será pego conduzindo sua moto sem capacete ou sem habilitação. Aqui an área urbana chegamos a ver com rotina os próprios pais levando seus filhos para escolas na garupa sem capacete com três e até quatro pessoas”, disse o presidente da ONG Etev.
Seguro em caso de acidente
O grande envolvimento de motos em acidentes de trânsito também se reflete no pagamento do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT). De acordo com o Relatório Anual da Segurado Líder, responsável pelo pagamento do seguro DPVAT, 85% das indenizações pagas na Paraíba, em 2017, ocorreram devido a acidentes envolvendo motocicletas.
Em 2017, foram pagas 8.687 indenizações no estado. Delas 7.415 envolvem acidentes com motocicletas, 884 de acidentes com automóveis, 177 com ciclomotor, 163 com caminhões e pick-ups e 48 com ônibus, micro-ônibus e vans.
No relatório ainda consta os horários de maior incidência dos acidentes. No período do anoitecer, entre às 17h e as 19h59, acontecem 26,63% dos acidentes. O segundo período de maior incidente é durante a tarde, entre às 13h e 16h59, quando ocorrem 20,44% dos acidentes no estado. O horário mais seguro, de acordo com o relatório, é de madrugada, quando ocorre apenas 9,11% dos acidentes na Paraíba.
Ainda de acordo com o relatório, as maiores vítimas são os homens. 80% dos indenizados pela seguradora são homens e apenas 20% mulheres. Dos 8.687 indenizações pagas na Paraíba, 4.796 foram pagas à motoristas, 1.0900 a passageiro e 2.801 a pedestre.
A faixa etária que mais solicita a indenização são os jovens. Na Paraíba, em 2017, 2.339 indenizações foram pagas a pessoas na faixa etária de 25 a 34 anos e 1.929 a pessoas com idade entre 18 e 24 anos.
DPVAT
O DPVAT é um seguro obrigatório, destinado a indenizar vítimas de acidentes de trânsito ocorridos em todo o território nacional, sejam pedestres, passageiros ou motoristas, brasileiros ou estrangeiros.
A indenização é paga em casos de morte, invalidez permanente total ou parcial e para o reembolso de despesas médicas e hospitalares da rede privada por danos físicos causados por acidentes com veículos automotores de via terrestre ou por suas cargas. Estão enquadrados os acidentes de trânsito envolvendo carros, motos, caminhões, caminhonetes, ônibus e tratores.
Nos casos de morte, o valor é de R$ 13.500,00. Nos casos de invalidez permanente, o valor é de até R$ 13.500,00, variando conforme a intensidade e repercussão da lesão no corpo da vítima, com base em tabela prevista na lei. As despesas médicas e hospitalares são reembolsadas em até R$ 2.700,00, considerando os valores gastos pela vítima em seu tratamento.
CARIRI EM AÇÃO
Com Jornal da Paraíba/Foto: Reprodução Internet
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