O ex-governador e pré-candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu neste sábado (23) o seu aliado Laurence Casagrande, ex-presidente da Dersa e ex-secretário estadual de São Paulo, que foi preso na última quinta (21) pela Polícia Federal durante a operação Pedra no Caminho, um desdobramento da Operação Lava Jato. O tucano, porém, pediu que as investigações continuem e que o caso seja solucionado rapidamente.
“Acho que [o caso] precisa ser esclarecido. O Laurence Casagrande é uma pessoa séria. É uma pessoa com uma enorme folha de serviços ao estado. Vamos aguardar”, disse Alckmin neste sábado durante uma entrevista coletiva em Campina Grande (PB).
Casagrande foi presidente da Dersa (estatal que atua na construção de rodovias em São Paulo), ex-secretário de Logística e Transportes da gestão Alckmin e, até ser preso, ocupava a presidência da Cesp (Companhia Energética de São Paulo).
Segundo as investigações, a Dersa pagou aditivos no valor de R$ 600 milhões às empreiteiras OAS e Mendes Júnior de forma irregular. O esquema de pagamento irregular era feito por meio de alterações nas planilhas de custos das obras do trecho norte do rodoanel. As obras do rodoanel norte foram iniciadas em 2013, sob a gestão de Alckmin, e ainda não foram finalizadas.
De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), os pagamentos adicionais às empreiteiras que conduziam as obras contrariaram um laudo do IPT (Instituto de Pesquisas Técnicas). O delegado da PF Victor Paulo Ferreira disse que funcionários da Dersa admitiram em depoimento que a orientação para os pagamentos irregulares partiru da direção da estatal.
Questionado sobre como pretendia se descolar das suspeitas relacionadas a fraudes investigadas na Dersa, Alckmin defendeu que os casos sejam apurados com rapidez. “Não é descolar. É investigar. O mais importante é que a investigação seja rápida, célere”, disse.
Além de Laurence Casagrande, outros sete servidores e ex-funcionários da Dersa foram presos durante a operação.
O advogado de Laurence Casagrande, Eduardo Carnelós, classificou a prisão do seu cliente como “injusta” e uma “crueldade” e disse que o ex-presidente da Dersa tratou os aditivos do trecho norte do rodoanel de forma técnica e legal.
Diretores presos
Esta é a segunda vez em dois meses que diretores da Dersa durante a gestão do ex-governador Geraldo Alckmin são presos por suspeitas de fraude em obras administradas pela estatal.
Em abril, o ex-diretor da empresa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, foi preso pela Polícia Federal. Ele é suspeito de ser um dos operadores do recebimento de propina paga por empreiteiras ao PSDB.
Ele nega sua participação nas irregularidades, mas documentos enviados ao Brasil pela Suíça indicam que ele mantinha R$ 113 milhões em contas no país europeu. A suspeita é de que parte desse dinheiro seja resultado do pagamento de propina.
Depois da primeira prisão, Paulo Preto foi solto por um habeas corpus deferido pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes. Em maio, ele foi preso novamente sob suspeita de coagir testemunhas relacionadas à investigação. Mais uma vez, foi solto por outro habeas corpus do ministro Gilmar Mendes.
CARIRI EM AÇÃO
Com Uol/Foto: Reprodução Internet
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