APolícia Federal pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) mais 60 dias para concluir as investigações no inquérito que apura se o presidente Michel Temer favoreceu empresas do setor portuário ao assinar um decreto em maio de 2017.
A investigação foi aberta em setembro de 2017 para apurar se Temer recebeu vantagem indevida de empresas beneficiadas pela medida.
No entanto, a PF ainda não conseguiu concluir a análise do material e já havia pedido prorrogação do inquérito anteriormente. O relator do caso no Supremo é o ministro Luís Roberto Barroso.
No âmbito do inquérito está uma reforma feita na casa de Maristela Temer, filha do presidente. A obra levantou a suspeita de que o presidente tenha lavado dinheiro de propina com reformas em imóveis de familiares e em transações imobiliárias em nomes de terceiros, na tentativa de ocultar bens.
A reforma é investigada sob a suspeita de que tenha sido bancada por suborno direcionado a Temer por meio do coronel João Baptista Lima, amigo do emedebista.
Depoimentos colhidos até agora pela Polícia Federal nesse inquérito contradizem a versão dada pela filha do presidente aos investigadores, a de que o gasto na obra ficou em torno de R$ 700 mil.
Um dos fornecedores da reforma, Luiz Eduardo Visani, por exemplo, diz ter recebido R$ 950 mil em dinheiro vivo na sede a Argeplan. Outro, Antonio Carlos Pinto Júnior, fala em R$ 120 mil.
Segundo os relatos colhidos pela PF até agora, a obra custou pelo menos R$ 1,2 milhão.
Em abril, a Folha de S.Paulo mostrou que a arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher de Lima, pagou em dinheiro vivo um outro fornecedor da reforma, Piero Cosulich, dono da Ibiza Acabamentos.
Temer nega recebimento de propina, afirmando que a investigação contra ele entrou “no terreno da ficção policial”, se tratando de “um escândalo digno do Projac”, em referência ao complexo de estúdios de telenovelas da Rede Globo.
Temer já chegou a ser questionado pela PF sobre sua relação com Lima. A pergunta era se ele já realizou negócios comerciais ou de qualquer outra natureza que envolvesse a transferência de recursos financeiros com o coronel.
À época (janeiro), Temer respondeu: “Nunca realizei negócios comerciais ou de qualquer outra natureza que envolvesse a transferência de recursos financeiros para o sr. João Batista Lima Filho.”
Caberá ao ministro Luís Roberto Barroso autorizar a prorrogação de prazo das investigações por mais 60 dias. Em maio, após pedido do delegado que conduz o inquérito, Cleyber Lopes, e parecer favorável da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o ministro concordou com uma primeira prorrogação, por 60 dias.
Na ocasião, estavam pendentes análises de sigilos dos envolvidos. Nesse intervalo, a PF avançou no rastreamento das conexões de uma empresa offshore com sede no Uruguai, ligada ao coronel Lima, com empresas do setor portuário. O ministro não tem prazo para decidir. Caso autorize, o inquérito será prorrogado até próximo das eleições.
CARIRI EM AÇÃO
Com Folhapress/Foto: Reprodução Internet
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