A menos de seis meses de fim do governo, Temer tem 58º ministro

Dois anos e dois meses depois de começar, o governo do presidente Michel Temer (MDB) ganhou nesta terça-feira (10) seu 58º ministro.

O advogado e desembargador aposentado Caio Vieira de Mello assumiu o Ministério do Trabalho a pouco menos de seis meses do fim do mandato do emedebista no Palácio do Planalto. A pasta é uma das 29 da atual gestão.

Esta foi a 32ª troca de ministros desde maio de 2016, incluindo as daqueles que atuaram temporariamente –independentemente do período de interinidade. Em média, é como se o governo tivesse um novo ministro a cada duas semanas.

Quando assumiu a Presidência em decorrência do afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), de quem era vice, Temer nomeou inicialmente 23 ministros. A petista tinha 32 ministérios quando deixou o cargo.

Ao longo dos últimos 789 dias, novas pastas foram recriadas, renomeadas ou separadas, e o processo culminou no número atual.

A posse de Vieira de Mello reforça uma estatística que aponta desequilíbrio de gênero da atual gestão. Ele se tornou, por exemplo, o 28º homem da atual composição ministerial. Hoje, a única mulher no primeiro escalão do governo federal é a ministra Grace Mendonça, que comanda a AGU (Advocacia-Geral da União).

Dentre as outras 29 pessoas que já comandaram ministérios no governo Temer, há outra “representante do mundo feminino”, expressão usada pelo presidente para apontar sua intenção de nomear uma mulher para o governo.

Trata-se da ex-ministra de Direitos Humanos, Luislinda Valois, que pediu demissão em fevereiro desse ano. Ela foi substituída pelo então subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha.

O caso do Ministério do Trabalho, que passou a ter novo comando ontem, reflete a rotatividade na atual gestão. A pasta foi comandada pelo deputado federal Ronaldo Nogueira (PTB-RS) de maio de 2016 a dezembro de 2017.

Em janeiro desse ano, Temer indicou como substituta de Nogueira a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha de Roberto Jefferson, presidente do partido, mas a posse dela foi impedida por uma série de decisões judiciais.

Desde então, o secretário-executivo da pasta, Helton Yomura (PTB), era ministro interino, mas na semana passada ele foi afastado do cargo por decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, pedindo demissão em seguida.

Inicialmente incorporado ao Ministério da Educação, mas recriado dias depois após protestos de artistas e servidores, o Ministério da Cultura foi o que mais teve ministros no governo do emedebista.

Ainda em 2016, Marcelo Calero pediu demissão e deu lugar ao deputado federal Roberto Freire (PPS), que no ano passado foi substituído interinamente por João Batista de Andrade. Este também deixou a pasta pouco depois, e coube a Sérgio Sá Leitão assumir o ministério.

Apenas cinco ministros seguem no mesmo cargo desde que Temer assumiu: Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Eliseu Padilha (Casa Civil), Ilan Goldfajn (Banco Central), Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) e Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional).

O ministro Raul Jungmann, que hoje comanda a Segurança Pública, também estava no governo desde o início, mas inicialmente chefiou o Ministério da Defesa. Ele trocou de pasta por conta da criação do novo ministério, em fevereiro desse ano.

Veja abaixo os atuais 29 ministros:

Advocacia-Geral da União – Grace Mendonça (sem partido)
Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Blairo Maggi (PP)
Banco Central – Ilan Goldfajn (sem partido)
Casa Civil – Eliseu Padilha (MDB)
Cidades – Alexandre Baldy (PP)
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – Gilberto Kassab (PSD)
Cultura – Sérgio Sá Leitão (sem partido)
Defesa – Joaquim Silva e Luna (sem partido)
Segurança Pública – Raul Jungmann (sem partido)
Desenvolvimento Social – Alberto Beltrame (MDB)
Desenvolvimento, Indústria e Comércio – Marcos Jorge de Lima (PRB)
Direitos Humanos – Gustavo do Vale Rocha (sem partido)
Educação – Rossieli Soares da Silva (sem partido)
Esporte – Leandro Cruz Fróes da Silva (sem partido)
Fazenda – Eduardo Guardia (sem partido)
Fiscalização, Transparência e Controladoria-Geral da União – Wagner Rosário (sem partido)
Gabinete de Segurança Institucional – Sérgio Etchegoyen (sem partido)
Integração Nacional – Antônio de Pádua de Deus Andrade (MDB)
Justiça – Torquato Jardim (sem partido)
Meio Ambiente – Edson Duarte (PV) (interino)
Minas e Energia – Wellington Moreira Franco (MDB)
Planejamento, Orçamento e Gestão – Esteves Pedro Colnago (sem partido)
Relações Exteriores – Aloysio Nunes Ferreira (PSDB)
Saúde – Gilberto Occhi (PP)
Secretaria de Governo – Carlos Marun (MDB)
Secretaria-Geral – Ronaldo Fonseca (sem partido)
Trabalho – Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello (sem partido)
Transportes, Portos e Aviação Civil – Valter Casimiro Silveira (sem partido)
Turismo – Vinicius Lummertz (MDB)

Veja quem são os ex-ministros de Temer:

Advocacia-Geral da União – Fábio Medina Osório
Cidades – Bruno Araújo
Cultura – João Batista de Andrade (interino)
Cultura – Marcelo Calero
Cultura – Roberto Freire
Desenvolvimento Social e Agrário – Osmar Terra
Desenvolvimento, Indústria e Comércio – Marcos Pereira
Direitos Humanos – Luislinda Valois
Educação – Mendonça Filho
Esporte – Leonardo Picciani
Fazenda – Henrique Meirelles
Fiscalização, Transparência e Controladoria-Geral da União – Fabiano Silveira
Integração Nacional – Helder Barbalho
Justiça – Alexandre de Moraes
Justiça – Osmar Serraglio
Meio Ambiente – Sarney Filho
Minas e Energia – Fernando Bezerra Coelho Filho
Planejamento, Orçamento e Gestão – Dyogo Oliveira
Planejamento, Orçamento e Gestão – Romero Jucá
Relações Exteriores – José Serra
Saúde – Ricardo Barros
Secretaria de Governo – Antônio Imbassahy
Secretaria de Governo – Geddel Vieira Lima
Secretaria-Geral – Joaquim Oliveira (interino)
Trabalho – Helton Yomura (interino)
Trabalho – Ronaldo Nogueira
Transportes, Portos e Aviação Civil – Maurício Quintella Lessa
Turismo – Henrique Eduardo Alves
Turismo – Marx Beltrão

CARIRI EM AÇÃO

Com Uol/Foto: Reprodução Internet

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