De acordo com as investigações, o suposto esquema cobrava propina de interessados em fazer o registro de sindicatos no ministério. Em troca, apontou a PF, essas entidades furavam a fila dos pedidos e tinham os registros aprovados.
O relatório aponta indícios de que 39 pessoas integravam uma organização criminosa com o objetivo de fraudar os registros. Outros crimes apontados pela investigação, como os de corrupção, serão apurados em inquéritos derivados da Operação Espúrio.
Com a conclusão do inquérito, a Procuradoria Geral da República poderá oferecer denúncia se entender que os indícios justificam a responsabilização criminal dos apontados como responsáveis. Se a PGR denunciar e a Justiça aceitar a denúncia, eles viram réus em ação penal.
Em julho, após a posse do ministro Caio Vieira de Mello, o Ministério do Trabalho suspendeu por 90 dias a concessão de registros sindicais.
Entre os apontados pela Polícia Federal como integrantes da chamada organização criminosa estão:
– Helton Yomura, ex-ministro do Trabalho, apontado por investigadores como “testa-de-ferro” no ministério da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ). A defesa de Yomura afirmou que ele não cometeu nenhum ato ilícito e que “nega veementemente qualquer imputação de crime ou irregularidade”
– Cristiane Brasil, deputada (PTB-RJ). A assessoria da deputada afirmou em nota que ela não tem “ingerência sobre o ministro ou o ministério”
– Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB. Em nota, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, afirmou que não participou de nenhum esquema no Ministério do Trabalho, que apoia as investigações da Operação Registro Espúrio e que o partido coloca o ministério à disposição do governo Michel Temer
– Paulinho da Força, deputado federal (SD-SP). O deputado afirmou que desconhece os fatos investigados.
– Jovair Arantes, deputado federal (PTB-GO). Jovair Arantes diz que se posiciona “em consonância” com nota emitida pelo PTB, segundo a qual a direção do partido “jamais participou de quaisquer negociações espúrias”. Também são apontados como integrantes do suposto esquema, dois sobrinhos do deputado, Leonardo e Rogério. Eles ocupavam cargos de chefia no Ministério do Trabalho e estão presos desde a primeira fase da operação, que foi deflagrada no dia 30 de maio.
– Wilson Filho, deputado federal (PTB-PB). O deputado disse, por meio de nota, não ter participação na concessão de registros sindicais no Ministério do Trabalho
– Nelson Marquezelli, deputado federal (PTB-SP) . O deputado disse em julho não ter “nada a temer”.
G1.Com/Foto: Reprodução
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