Você sabia que a prata é material essencial para diversos projetos de pesquisa? Por sua impedância baixa, ou seja, pouca resistência para a passagem da corrente elétrica em um circuito, ela é bastante utilizada em sensores biomédicos, reduzindo os riscos de rejeição do organismo e tornando melhor a aceitação do corpo.
É o que explica o pesquisador Márcio Cardoso, estudante de pós-doutorado da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Ele é um dos envolvidos no trabalho da médica Clélia Campos, que investiga o desenvolvimento de eletrodos para monitoramentos específicos no organismo, utilizando tintas condutoras de prata.
A pesquisa se realiza no Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste (Certbio), do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT).
O projeto vem para ajudar a afastar um transtorno recorrente no mundo científico, especialmente, no âmbito de trabalhos relacionados a biomateriais e sua interação com o organismo.
“Miniaturizar os equipamentos. Essa é uma dificuldade constante que enfrentamos. A lógica do mercado, pela própria praticidade e funcionalidade, é que os dispositivos sejam cada vez menores. E quando se fala dos sensores dentro de cada um, então, estamos falando de partículas realmente minúsculas, em escalas nano, por exemplo”, relata Márcio.
Ele se refere a equipamentos como detectores de glicose, muito presentes no mercado e utilizado por pacientes com diabetes e de ureia. Nesse processo, então, a prata aparece como elemento fundamental. Ela é base para a elaboração de uma tinta condutora de sensores, estímulos. Ela dinamiza o processo, otimizando-o, mas no mercado trata-se de um material caro e nem sempre de boa qualidade.
O que os pesquisadores da UFCG resolveram fazer, então, foi criar sua própria tinta. “A prata tem custo elevado e mesmo que se possa comprar até pela internet, não atende a todos os requisitos que necessitamos. Por isso, aqui, buscamos técnicas diferentes para trabalhar com ela, mais acessíveis”, conta Márcio.
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