Após não conseguir se reeleger neste domingo (7), o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Eunício Oliveira (MDB-CE), anunciou que vai se retirar da vida pública. A informação era aventada ainda ontem à noite, após o resultado, e foi confirmada por meio de nota nesta segunda-feira (8).
No texto, Eunício disse que o voto é a maneira pelo qual a população se manifesta nas democracias e, nas urnas, os brasileiros e cearenses, em particular, mostraram querer mudança.
“Recebo com reverência e respeito essa determinação imposta a todos nós pelas regras democráticas, pelas quais tanto lutei. Agradeço, com muita honra e humildade, aos 1.313.793 cearenses que seguiram confiando em mim. Recolho-me agora à vida pessoal. Desejo boa sorte e energia para os que foram eleitos”, afirmou.
Eunício era o segundo colocado nas pesquisas na corrida ao Senado no Ceará até a pesquisa de sábado (6) do Ibope, com 25% das intenções de voto. No entanto, ficou com o equivalente a 16,93% dos votos válidos e perdeu uma disputa acirrada para Eduardo Girão (Pros), que ficou com 17,09%.
Em primeiro, ficou Cid Gomes (PDT-CE), irmão do candidato à Presidência derrotado, Ciro Gomes (PDT). Ele conseguiu o equivalente a 41,62% dos votos válidos.
Nestas eleições, Eunício se aliou informalmente ao governador do Ceará reeleito em primeiro turno, Camilo Santana (PT), e apoiou Fernando Haddad (PT) à Presidência da República.
Filiado ao MDB desde 1972 e considerado um dos principais caciques da sigla, Eunício foi deputado federal entre 1999 e 2010 e ministro das Comunicações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2004 e 2005.
Eunício se elegeu senador em 2010 e, antes de se tornar o presidente do Senado e do Congresso, era líder da bancada MDB na Casa. Seu mandato termina em janeiro de 2019.
Originário de família humilde no Ceará, Eunício declarou ter patrimônio avaliado em pelo menos R$ 89,2 milhões ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Quedas marcantes e eleitos
Outros caciques do MDB que surpreenderam e não conseguiram se reeleger ao Senado foram o presidente nacional do partido, senador Romero Jucá (RR), e os senadores Edison Lobão (MA) e Garibaldi Filho (RN).
Na lista de medalhões no Norte e Nordeste, alguns se mantiveram no poder. Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM) e Jader Barbalho (PA) conseguiram se reeleger neste domingo.
Ao todo, sete senadores do MDB foram eleitos nos estados do Norte e Nordeste.
Um nome forte do partido que retorna ao Senado após quatro anos na Câmara dos Deputados é Jarbas Vasconcelos, eleito por Pernambuco junto com o petista Humberto Costa (PT).
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