Bolsonaro diz que não tem ‘resposta imediata’ para saída da crise

O candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, em entrevista exibida no SBT, que não tem “resposta imediata” para a crise econômica. “Não tem cavalo de pau”, disse.

Como sempre, o deputado atribuiu as soluções econômicas para o país a seu principal assessor da área, o investidor Paulo Guedes, já confirmado como seu ministro da Fazenda, caso eleito no dia 28. “Levo sugestões e ele é quem decide. É o homem que entende”, disse.

Bolsonaro afirmou defender uma reforma da Previdência diferente à proposta pelo presidente Michel Temer. “Vamos fazer a nossa reforma. Não é com remendo novo em calça velha. E não podemos penalizar quem tem direito adquirido”, disse.

Capitão reformado do Exército, o candidato foi questionado se teria coragem de mexer no sistema de previdência dos militares. Respondeu que pode propor “alguma mudança”, mas argumentou que as carreiras militares não poderiam ser igualadas às demais.

Bolsonaro se disse contrário ao aumento de impostos. Negou que recriará uma contribuição sobre movimentação financeira aos moldes da CPMF e afirmou que o aumento na arrecadação não será feito com taxação sobre os mais ricos, como defende o adversário Fernando Haddad (PT). “Não se pode falar em mais ricos. Estão todos sufocados. Na França, quando se fez isso, o capital foi para a Rússia. O capital vai fugir. A carga tributária já é enorme”, disse.

O presidenciável afirmou não ser estatizante e que privatizará empresas estatais, mas desde que se saiba “para que país você está vendendo”, de modo a evitar que se “compre o Brasil”.

Bolsonaro disse ainda que pretende indicar ao Supremo Tribunal Federal (STF) alguém “com o perfil do juiz Sergio Moro”, responsável pelo julgamento das ações da Operação Lava-Jato, em Curitiba.

O Valor Econômico