A senadora paraibana Fátima Bezerra (PT) foi eleita governadora do Rio Grande do Norte e será a única mulher a comandar um estado brasileiro. Com isso, o PT sai das eleições com quatro governadores, todos no Nordeste –além do RN, Bahia, Ceará e Piauí. A petista derrotou o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo (PDT), em uma disputa centrada em partidos de esquerda.
Carlos Eduardo foi o único candidato a governador do Nordeste que declarou apoio a Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno, mas a estratégia não garantiu sua vitória, contrariando um movimento visto em outros estados.
Com a vitória, a petista impôs uma derrota às quatro principais famílias que se revezavam no comando do estado: os Maia, os Alves, os Faria e os Rosado, que perderam espaço na política do RN. O senador Agripino Maia (DEM) não conseguiu se eleger deputado federal, e Garibaldi Alves Filho (MDB) –primo de Carlos Eduardo– perdeu a reeleição para o Senado.
Robinson Faria (PSD), que tentava ser reeleito governador, não foi para o segundo turno. Com o salário de servidores atrasado e em meio à grave crise das contas do estado, ele é investigado em um suposto esquema de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa.
Renovação entre caciques tradicionais
A vitória de Fátima sinaliza que os eleitores buscam uma renovação entre os caciques tradicionais do estado, na opinião do professor Alex Galeno, coordenador da pós-graduação em Ciências Sociais da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).
Fátima impulsionou os investimentos em educação no estado, e o número de institutos federais passou de dois para 21, segundo Galeano. “Ela sempre capitalizou esses investimentos, e é professora. Isso pegou e ela se beneficiou com esse processo.” Com UOL.