O ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho tomou posse como presidente da Fundação João Mangabeira (FJM) em ato que contou com a presença de lideranças partidárias, parlamentares e representantes dos segmentos sociais do PSB, nesta quarta-feira (16), na sede da Fundação, em Brasília. Participaram da solenidade o presidente nacional do PSB e presidente do Conselho Curador da FJM, Carlos Siqueira, o atual governador da Paraíba, o socialista João Azevedo, o deputado federal eleito Gervásio Maia (PSB-PB), a ex-deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP), além de integrantes do Conselho Curador da Fundação. Em sua saudação, Siqueira elogiou Renato Casagrande e Alexandre Navarro pelo trabalho de consolidação da FJM nos últimos anos. Casagrande presidiu a entidade de novembro de 2014 a abril de 2018, quando ingressou em campanha para governador do Espírito Santo, cargo que assumiu no dia 1º de janeiro. Já Navarro esteve à frente da Fundação por sete meses e passa agora a exercer a função de diretor vice-presidente. Foto: Humberto Pradera Foto: Humberto Pradera O presidente do PSB destacou Coutinho como “um homem de desafios” e um dos mais importantes quadros do partido e da política paraibana. Por duas vezes, Coutinho foi prefeito de João Pessoa e governador da Paraíba, o mais bem avaliado da história do Estado. O ex-governador fez ainda o seu sucessor, o socialista João Azevedo, que assumiu o Executivo estadual em 1º de janeiro. “O governador Coutinho é um orgulho para o nosso partido porque ele teve uma experiência extremamente exitosa tanto na capital como em um Estado com muitos vícios políticos e históricos consolidados”, destacou Siqueira. “Em torno do nome dele se formou um consenso, o que é revelador por sua ligação com o partido e com a militância”, acrescentou Siqueira. Para o presidente do PSB, Ricardo Coutinho assume a Fundação no momento mais desafiador da política nacional das últimas cinco décadas, em que os direitos sociais dos mais pobres e da classe média são ameaçados por políticas concentradoras e anti-democráticas. Siqueira também ressaltou que, no atual cenário político de retrocessos, o papel das fundações dos partidos de esquerda será ainda mais fundamental para a qualificação da atividade partidária no Congresso Nacional e nas assembleias legislativas. Ainda no fim deste mês, será lançado o Observatório da Democracia, iniciativa de cinco partidos de esquerda, incluindo o PSB, que reuniram suas fundações para avaliar as políticas do atual governo do presidente Jair Bolsonaro e subsidiar a atuação dos parlamentares progressistas no Congresso Nacional. “Cabe a todos nós, os partidos que compõem a frente de centro-esquerda no país, em caso particular, o bloco formado por PSB, PDT e PCdoB, arregaçar as mangas, recompor a manutenção dos direitos sociais e ampliar o espaço democrático do nosso país que está sendo rigorosamente reduzido”, destacou. Foto: Humberto Pradera Foto: Humberto Pradera Em seu discurso, Ricardo Coutinho disse que um dos principais desafios à frente da Fundação será preparar quadros qualificados e com identidade partidária para as eleições municipais de 2020. “Nós iremos passar pelo primeiro grande teste. Será a primeira eleição sem aliança proporcional”, destacou Coutinho. “Quero misturar a experiência que eu trago com a experiência que existe na Fundação”, acrescentou. O presidente da FJM também defendeu “capitalizar” experiências de êxito implementadas por governos do PSB em várias partes do país. Ele citou, como exemplo, o Orçamento Participativo, programa que levou 268 mil paraibanos a plenárias para ajudar o governo da Paraíba a definir prioridades no orçamento estadual. “Como socializamos essas experiências dentro dos nossos quadros e também para fora do partido?”, indagou. “Nenhuma instituição existe para si, para dentro. A política tem que existir para fora. E eu acho que nós devemos cada vez mais ampliar essas tentativas, num momento profundamente árido que o nosso país vive”, defendeu o presidente da FJM. Para o diretor vice-presidente da Fundação, Alexandre Navarro, um dos principais desafios da FJM será ampliar seus espaços de formulação de políticas públicas e de qualificação de quadros do partido, além de implementar outros projetos, já em curso, como a internacionalização da Fundação e a instituição da Escola Miguel Arraes. “Outro desafio também será 2020, porque não haverá mais coligação. Temos que lançar vereadores e prefeitos nessa reordenação política”, disse Navarro.
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