SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, disse nesta quarta-feira (27) que na reforma da Previdência dos militares “tudo é negociável, menos a integralidade e a paridade”.
A integralidade mantém o valor da aposentadoria igual ao do último salário recebido pelo militar enquanto estava na ativa. Enquanto a paridade diz respeito a equiparação dos aumentos do benefício ao dos salários dos militares que ainda trabalham.
O texto enviado ao Congresso pelo governo Bolsonaro tira da Constituição a regra que determina reposição da inflação para os benefícios acima do salário mínimo pagos a aposentados e pensionistas da iniciativa privada e do setor público. A proposta atual não trata sobre militares.
Na última segunda, o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, voltou a dizer que o projeto de lei que altera regras para militares será enviado até 20 de março.
Durante entrevista ao Jornal das 10, da GloboNews, o vice-presidente afirmou que a reforma da Previdência não irá resolver todos as questões do país, mas é importante para melhorar a imagem do país frente aos investidores estrangeiros.
“A Reforma da Previdência não é uma panaceia, não vai resolver todos os nossos problemas. Mas vai dar um alívio inicial para as contas do governo e passará uma imagem melhor desse governo que está começando”.
Sobre as negociações com o Congresso para a aprovação da proposta, Mourão disse que já existe um grupo de deputados comprometidos com a reforma. “E tem uma parcela enorme dos parlamentares que chegaram agora com quem precisamos conversar”, afirmou.
Mourão também afirmou que o Executivo deve fazer um trabalho de convencimento tanto com os membros do Legislativo, como com a população. Segundo o general, a Nova Previdência não irá diminuir o benefício dos mais pobres. Pontos como o BPC (benefício de prestação continuada) pago aos idosos em situação de miséria, e a aposentadoria rural têm gerado maior resistência à proposta do governo entre os deputados.
O general afirmou que o desafio para aprovar a proposta é grande. “Se fosse fácil não seria para nós”, disse.