O papa Francisco introduziu, nesta quinta-feira, um decreto que obriga os bispos a denunciarem todas as suspeitas de casos de abuso sexual dentro da Igreja Católica . A decisão também incentiva fiéis a se queixarem diretamente ao Vaticano para responsabilizar eventuais tentativas de violação ou acobertamento por parte do clero.
O decreto papal “Vos estis lux mundi” (Vós sois a luz do mundo), que trata do abuso de crianças e adultos, também obriga todas as dioceses católicas do planeta a criar sistemas de notificação simples e acessíveis, além de incentivar as igrejas locais a envolver especialistas leigos (não religiosos) no processo de investigação dos casos.
Em um momento em que a Igreja Católica enfrenta diversas denúncias de abuso sexual em vários países, inclusive no Brasil, o Papa diz no decreto que “para que estes fenômenos, em todas as suas formas, não aconteçam mais, é necessária uma conversão contínua e profunda dos corações, atestada por ações concretas e eficazes que envolvam a todos na Igreja”.
O documento estabelece que não somente os abusos e as violências contra menores e adultos vulneráveis sejam combatidas, mas também comportamentos gerados pelo excesso de autoridade dos sacerdotes. Além disso, o texto determina que, a partir de agora, bispos com conflitos de interesse devem se manter ausentes das investigações.
Denúncias de abuso em São Paulo
Em fevereiro, o Vaticano designou um bispo – Dom João Inácio Muller – para investigar escândalos de corrupção na Diocese de Limeira, no interior paulista. O protagonista do escândalo é o bispo Dom Vilson Dias de Oliveira, da Diocese de Limeira, acusado de extorsão e coação de padres de diversas paróquias da região. Dom Vilson Dias de Oliveira também é acusado de acobertar denúncias de pedofilia contra o padre Pedro Leandro Ricardo, afastado da função eclesiástica de reitor da basílica de Americana em janeiro. Bispo e padre negam as acusações.
Com O Globo